Em 2015, 30% dos funcionários demitidos possuíam cargos de liderança e com salários maiores; previsão para este ano é que a diminuição das vagas prossiga em todos os ramos do comércio.
Frente à queda do consumo, o saldo de empregos no varejo do Estado de São Paulo deve seguir em recuo este ano. Em 2015, o estado perdeu 60,4 mil vagas, pior resultado desde 2007, quando a FecomercioSP iniciou a contagem. Em 2016, a tendência é sequência de eliminação de vagas para todos os setores e cargos.
Ao todo, o comércio varejista contabilizou 1,01 milhão de admissões contra 1,07 milhão de desligamento, segundo levantamento da
Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) com base nos dados do Ministério do Trabalho e Emprego, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) "O saldo negativo do emprego no comércio varejista paulista em 2015 foi resultado direto da queda do faturamento no setor. A inflação alta, a restrição de crédito, o avanço do desemprego e as incertezas em relação aos rumos da economia resultaram em uma queda brusca do consumo das famílias", afirmou a Federação por meio de nota.
O resultado significa, na comparação com 2014, recuo de 2,8% no estoque de trabalhadores do setor, que atingiu 2,13 milhões, voltando assim a níveis de agosto de 2013.
Dezembro
Apenas em dezembro, foram eliminadas 12,1 mil vagas formais, em razão das 79,9 admissões contra 84 mil desligamentos. "Ao se observar o saldo positivo de 13.682 novas vagas de novembro, pode-se concluir que praticamente não houve efetivação dos temporários contratados para o período natalino", informa a entidade. Entre as nove atividades pesquisadas em dezembro, sete apresentaram diminuição no estoque de empregos na comparação com o mesmo mês de 2014. Os setores de concessionárias de veículos (-8,2%) e de lojas de vestuário, tecido e calçados (-7,1%) foram os destaques negativos.
Mais prejudicados
Observando os dados por ocupações, as funções que mais perderam vagas foram as de vendedores e demonstradores, com -12.765 postos de trabalho. O segundo posto com maior redução de vagas foi a área administrativa das empresas. São -6.979 vagas para escriturários, assistentes e auxiliares administrativos.
"Adicionalmente, chama atenção o fato de que 30% das vagas fechadas pelo comércio varejista paulista eram preenchidas por diretores, gerentes e supervisores de empresas e áreas internas", informa a nota. Segundo a entidade, o dado demonstra que a redução do quadro funcional atingiu todos os níveis da empresa, inclusive aos funcionários com rendimento médio mais elevado.
Veículo: Jornal DCI