Os grupos que mais pressionaram a inflação oficial foram alimentação e transportes, mas seis dos nove grupos de preços acompanhados pelo IBGE aceleraram de dezembro para janeiro.
No ramo de despesas pessoais, cuja inflação cresceu de 0,57% para 1,19% na passagem dos dois meses.
Somente o grupo de vestuário teve deflação (queda de preços), de 0,24%. Por trás da queda estão liquidações do comércio. No cômputo geral, isso contribuiu com apenas menos 0,01 ponto no índice do mês.
Resistência - Pelo quadro atual, o IPCA deve desacelerar lentamente nos próximos meses para fechar o ano em 7,26%. Essa é a média das projeções dos analistas consultados pelo Banco Central na última edição do boletim Focus.
Se as expectativas se confirmarem, o resultado manterá a inflação acima do teto da meta do governo, de 6,5% neste ano. O centro da meta de inflação é de 4,5%, com uma tolerância de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Inflação nas regiões - Apesar da inflação elevada, o BC decidiu manter os juros básicos (Selic) em 14,25% ao ano em sua última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária). Para economistas, é uma aposta de que a queda das commodities e a crise econômica vai derrubar os preços no País.
Segundo o economista do banco ABC Brasil, Luis Otávio Leal, a resistência da inflação é fruto em parte da inércia de preços do ano passado. Ou seja, bens e serviços estão sendo corrigidos hoje pelo aumento de preços do ano passado.
“A expectativa de alta dos alimentos também contribuiu para que as expectativas de inflação permaneçam altas, assim como o aumento de impostos em diferentes estados. Isso ameniza a desaceleração da inflação”, disse Leal.
Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG