O número de famílias paulistanas endividadas com cartão de crédito subiu no mês passado, ante a igual período de 2015, ao passar de 52,4% dos entrevistados, para 72,6%.
Os dados fazem parte da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
Segundo os economistas da federação, a explicação para o aumento desse tipo de endividamento está no fato de que, com a alta de preços de itens não financiáveis, como alimentos e energia elétrica, a renda disponível no mês para outras despesas fica mais restrita. Com isso, as famílias buscam no parcelamento do cartão ou no pagamento de apenas uma parcela da fatura uma via de financiamento para compra de itens adicionais.
Conforme o estudo da Fecomercio, 17,3% citaram os carnês como um tipo de dívida, seguido por financiamento de carro e de casa (16,3% e 12,2%, respectivamente), crédito pessoal (11,2%) e cheque especial (quase 10%).
Resultado geral
Também de acordo com o levantamento, pelo segundo mês consecutivo, o número de famílias endividadas aumentou na capital paulista. Em janeiro, 51,8% das famílias paulistanas possuíam dívidas - alta de 1,8 ponto percentual em relação ao mês passado. Em relação ao mesmo período do ano anterior, quando atingiu 39,3%, a proporção de endividados cresceu em 12,5 pontos percentuais.
Em termos absolutos, o número de famílias endividadas passou de 1,792 milhão em dezembro para 1,857 milhão em janeiro. Na comparação com janeiro do ano passado, houve um incremento de 450 mil famílias com dívidas.
Na avaliação dos assessores econômicos da FecomercioSP, a alta do número de famílias endividadas no primeiro mês de 2016 está relacionada ao aumento de gastos dos consumidores com as festas de fim de ano, que impactam significativamente o orçamento neste inicio de 2016. Além disso, os consumidores se endividaram em razão do cenário econômico brasileiro, no qual a alta de preços de bens e serviços essenciais e o encarecimento do crédito pressionaram o orçamento familiar.
A proporção de endividados segue maior entre as famílias de baixa renda (56,1%, com alta de 2,9 pontos percentuais ante dezembro). Já a proporção de endividados com renda superior a dez salários mínimos sofreu redução 1,4 ponto percentual, para 39,3%.
Veículo: Jornal DCI