A safra brasileira de grãos atingirá, em 2016, o sétimo recorde consecutivo de produção, aponta a estimativa de janeiro feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Serão colhidas 210,7 milhões de toneladas, e quase metade disso vem apenas da soja.
O milho, porém, deve ser prejudicado pelo atraso no regime de chuvas do Centro-Oeste. Em janeiro, os produtores até melhoraram suas avaliações para o plantio de milho em relação à estimativa de dezembro passado.
Mas a colheita das duas safras, que deve totalizar 80,8 milhões de toneladas, ainda deve ser menor do que em 2015 (85,7 milhões de toneladas). "Neste ano, a chuva atrasou no Centro-Oeste, o que retardou o plantio de soja e deve atrapalhar o milho de 2ª safra", disse Carlos Barradas, gerente da Coordenação de Agropecuária do IBGE. "Hoje, não se sabe se vai ter janela para chuvas beneficiarem plantação de milho."
O fator climático, somado à tendência de substituição do milho 1ª safra por soja, deve reduzir a oferta de milho no mercado doméstico no primeiro semestre, com repercussão sobre os preços do grão e de produtos que o utilizam como matéria-prima, como rações e carnes, advertiu Barradas.
Por outro lado, a soja terá crescimento de 5,8% em sua produção em 2016. Serão 102,7 milhões de toneladas, um volume recorde nas estimativas do IBGE, iniciadas em 1975. O montante, porém, encolheu 0,1% em relação ao estimado em dezembro, com reduções em Mato Grosso (o maior produtor) e Goiás. Os técnicos vão permanecer atentos a repercussões do clima nas lavouras. No sul de Mato Grosso do Sul, as chuvas foram escassas em janeiro.
Veículo: Jornal DCI