Pesquisa revela que o emprego industrial continua em retração.
A atividade industrial continua em queda neste início do ano, segundo revela a pesquisa Sondagem Industrial divulgada ontem, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O índice que mede a evolução da produção ficou em 39,7 pontos em janeiro ante 35,5 pontos em dezembro. Embora maior que o observado no final do ano passado, destaca a CNI, o índice ficou abaixo dos 50 pontos, o que revela queda da produção.
“Destaca-se que o índice de janeiro de 2016 é o menor para o mês desde o início da série mensal, o que significa dizer que a intensidade da queda da produção para o mês é a maior registrada pela série” (que começou em 2011), afirma a entidade.
A pesquisa revela ainda que o emprego industrial continua em queda. O índice que mede a evolução do número de empregados ficou em 41,4 pontos em janeiro (ante 41,5 pontos em dezembro), abaixo dos 50 pontos. O documento destaca que, quanto mais abaixo dos 50 pontos, mais intensa e disseminada é a queda da produção ou do emprego. Na pesquisa, os índices de evolução da produção e do emprego variam de 0 a 100 pontos.
Essa retração na atividade fez com que os estoques da indústria caíssem em janeiro, registrando o índice de 48,4 pontos. “Essa redução permitiu manter os estoques no nível planejado pelas indústrias pelo segundo mês consecutivo”, destaca a CNI. O índice que mede o estoque efetivo em relação ao planejado passou de 49,8 pontos em dezembro para 50,3 pontos em janeiro.
Capacidade instalada - A Sondagem Industrial mede também a ociosidade do parque industrial. Segundo os dados da pesquisa, em janeiro, 38% da indústria ficou ociosa. A utilização da capacidade instalada (UCI) foi de 62% no período, a mesma registrada em dezembro de 2015, mantendo-se no piso da série histórica iniciada em 2011. O porcentual alcançado em janeiro deste ano é cinco pontos menor que o registrado em janeiro de 2015.
Expectativas - Os empresários continuam pessimistas em relação à demanda, ao número de empregados e compras de matérias-primas para os próximos seis meses. O índice de expectativa sobre a demanda ficou em 45,6 pontos, o de empregados registrou 42,1 pontos e o de compras de matéria-prima foi de 43,6 pontos. Também nesse caso, valores abaixo de 50 pontos indicam perspectivas negativas.
Somente com relação às expectativas sobre as exportações foi registrado otimismo. O índice nesse caso ficou em 53,5 pontos em fevereiro, ante 52,4 pontos registrados em janeiro. “A baixa demanda no mercado doméstico faz com que os empresários voltem suas atenções cada vez mais para o mercado externo”, explica o economista da CNI Marcelo Azevedo, em nota divulgada pela entidade.
As intenções de investimentos dos empresários industriais continuam baixas. O índice teve a segunda queda consecutiva em fevereiro, registrando 39,8 pontos ante 41,6 pontos de janeiro.
A Sondagem Industrial foi feita entre os dias 2 e 18 de fevereiro, com 2.480 empresas.
Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG