O presidente da Associação das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), Marcelo Noronha, reiterou a projeção da entidade de crescimento do setor em torno de 6,5% em 2016, marcando uma desaceleração ante o ritmo de 8,4% de alta nominal nas transações com cartões registrado em 2015. O volume total transacionado ficou em R$ 1,08 trilhão no ano passado.
O executivo destacou que a indústria tem mantido um crescimento nominal apesar da forte retração no consumo das famílias, o que se explica em razão da maior participação das transações com cartões no total do consumo.
Por outro lado, o cenário de desaceleração tem pressionado para baixo a taxa de desconto cobrada dos lojistas, à qual ficou em média em 1,52% ao final de 2015. Noronha destacou o fato de essas taxas caírem mesmo com a inclusão de estabelecimentos de menor porte, que normalmente pagam taxas maiores que os de grande porte. Para o executivo, a tendência de queda nessa taxa na média persiste ao longo de 2016.
Noronha avaliou, porém, que a oportunidade do setor está na continuidade do aumento da participação dos cartões no total do consumo. Ele destacou que ainda há espaço para crescimento das transações de cartões sobretudo no setor de serviços, com a ampliação da utilização em consultórios médicos e odontológicos.
A Abecs calcula que os cartões tenham atingido uma fatia de 19,7% nas transações do setor de serviços em 2015 ante 17,7% em 2014. Já no comércio varejista restrito, as transações com cartões chegam a 39,5% do total em 2015 ante 38,6% em 2014.
Penetração – Dados apresentados pelo presidente da entidade apontam que o setor de cartões atingiu uma penetração de 30,5% no total do consumo das famílias em 2015. O indicador leva em conta transações de débito e crédito.
Considerando apenas as transações de crédito, essa penetração é de 20%, destacou o executivo. Com isso, Noronha salientou que a carteira de cartões de crédito passou a ser a terceira maior do Brasil atrás apenas do crédito imobiliário e consignado.
O presidente da Abecs destacou ainda que os dados da entidade mostram que os bancos emissores, com seu risco de crédito, liberaram crédito da ordem de R$ 350 bilhões para financiamento ao consumo.
Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG