Um público de 300 produtores prestigiou a 12ª edição do Fórum Estadual do Leite, durante o terceiro dia da Expodireto. O presidente da feira, Nei Mânica, destacou que o objetivo do fórum é mostrar para a sociedade e cadeia produtiva a importância do segmento da produção de leite.
"Nós, cooperativas, temos a obrigação de manter o produtor no campo, para fazer com que ele tenha uma renda digna. A CCGL tem mostrado isso com seus retornos, suas bonificações e preços. É um exemplo de que o cooperativismo é uma alternativa muito saudável para o desenvolvimento das nossas cidades, regiões, estados e Brasil", expressou.
O presidente da CCGL, Caio Cézar Vianna, enfatizou que deve existir uma consciência de esforço coletivo para que o leite brasileiro ocupe um espaço mais expressivo na economia do País, conquistando mercados e tendo o respeito que merece.
A primeira palestra foi ministrada pelo diretor executivo da Associação Brasileira de Laticínios (Viva Lácteos), Marcelo Martins, sobre as perspectivas para o mercado de lácteos. Segundo ele, a região Sul do País cresce substancialmente sua participação nos últimos 10 anos em termos de produção. Em 2004, por exemplo, a região respondia por 26,6% da produção nacional e hoje corresponde a 34,7%. "Mais do que a região Sudeste, que tradicionalmente sempre foi a principal produtora de leite do País", apontou.
Martins enfatizou ainda que o Brasil é o quarto maior produtor de leite no mundo, com volume em torno de 36 bilhões de litros, crescendo uma taxa de 4,1% nos últimos 10 anos. Já o Rio Grande do Sul tem taxa de crescimento duas vezes maior que a brasileira, enquanto o Nordeste supera o dobro. "O primeiro grande desafio é que a nossa taxa de produção nos últimos 10 anos cresceu mais do que o consumo, que foi de apenas 3,3%. Ou seja, a nossa produção cresce a uma taxa superior ao consumo per capita. Por isso, precisamos viabilizar o aumento desse consumo, para que o volume também aumente", indicou.
A evolução da produção e da produtividade foi tema de debate conduzido pelo analista da Embrapa Gado de Leite, Marcelo Bonnet. De acordo com ele, o Brasil tem condições de atingir os padrões de qualidade rapidamente, desde que trabalhe de forma inteligente e integrada. Para ele, a melhoria na qualidade do leite brasileiro é o fator central para que se consiga aumentar a competitividade do setor, incluindo o aumento do consumo interno e, eventualmente, exportações.
Veículo: Jornal do Comércio - RS