A confiança dos empresários do varejo de supermercados mostra sinais de melhora depois de ter atingido recorde negativo em janeiro deste ano, avalia a Associação Paulista de Supermercados (Apas).
O gerente de economia e pesquisa da entidade, Rodrigo Mariano, considera que o efeito está associado ao cenário político e ao andamento do processo impeachment da presidente Dilma Rousseff, mas pondera que a sustentação de patamares maiores de otimismo só vai ocorrer se forem anunciadas mudanças na condução economia.
Depois de atingir 72% de pessimismo em janeiro, mais alto nível da série histórica desde 2011, a Pesquisa de Confiança dos Supermercados registrou queda nesse indicador em fevereiro. O total de pessimistas atingiu 65%. Mariano avalia que há forte correlação do indicador com percepções dos empresários sobre a política econômica. O início da deterioração, com o crescimento do pessimismo, se deu em 2013, diante de sinais de piora, sobretudo, na inflação. Agora, diz, o setor entende que há "possibilidade de um novo governo ter apoio do Congresso para reformas estruturais".
Curto prazo
O economista não vê grandes mudanças de tendências no curto prazo. "Quando houver sinais de redução da inflação de forma estrutural, de aumento de renda ou de desaceleração de desemprego, aí os investimentos voltam a ser realizados, mas hoje ainda não", crê.
Veículo: Jornal DCI