As vendas no comércio varejista caíram 7,5% em março na comparação com o mesmo mês do ano passado, já descontada a inflação, apontou o Índice Antecedente de Vendas (IAV), divulgado nesta sexta-feira, 22, pelo Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV). Foi o 12º mês seguido de queda.
Entre os motivos do recuo, o IDV citou a queda do nível de emprego e renda, o encarecimento do crédito, a inflação persistente e a baixa confiança dos consumidores. Além do enfraquecimento da economia, o instituto ressaltou o "efeito calendário" do período. Este ano, o feriado de Páscoa, que estimula o consumo, foi em março, não em abril, como em 2015, o que afetou a base de comparação.
A expectativa é de que a tendência negativa continue nos próximos três meses. Os associados do IDV, que representa 70 empresas varejistas de diversos setores da economia, apostam em recuos de 5,1%, 4,1% e 3,5% para abril, maio e junho, respectivamente.
O pior resultado de março, com queda real de 12,1%, foi observado no setor de bens duráveis, que inclui automóveis e eletrodomésticos. O comportamento foi atribuído à baixa confiança dos consumidores e à dificuldade para conseguir crédito. A previsão é de que o segmento continue caindo em abril (-5,1%), maio (-4,9%) e junho (-5,36%).
No segmento de semiduráveis - roupas, sapatos, artigos esportivos e livrarias, por exemplo -, a retração nas vendas foi de 11,9%. Para os próximos meses, no entanto, a expectativa é de retomada progressiva do crescimento, com altas de 1,3% em abril, 2,4% em maio e 3,2% em junho.
Já as vendas no setor de bens não duráveis (de consumo imediato, como supermercados e perfumaria, em geral) caíram 4,5% no mês passado. O IDV estima queda ainda mais acentuada para abril e maio, de 6,5% e 5,3%, respectivamente. Em junho, as vendas devem cair 4,2%. "Vale lembrar que o setor de alimentação dentro do lar sofre muito e sente a pressão do aumento da inflação, que cresce acima do índice geral", ressaltou, em nota, o instituto.
Veículo: Jornal Correio Braziliense - DF