Pesquisa foi realizada em feiras e supermercados da capital. Inflação no período não chegou a 3%.
Um dos itens mais tradicionais na mesa do paraense sofreu um aumento exorbitante nos primeiros três meses deste ano. O quilo da farinha de mandioca teve alta de quase 61%, enquanto que a inflação estimada para o período de janeiro a março não ultrapassou os 3%.
O produto foi um dos vilões da cesta básica. Em março, a cesta básica dos paraenses custou R$ 413,87, comprometendo na sua aquisição cerca de 51% do atual salário mínimo de R$ 880,00.
O balanço efetuado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) mostra que depois de um período de preços equilibrados em 2015, o preço da farinha voltou a subir fortemente nos últimos três meses.
No final do ano passado, o quilo do produto foi comercializado em média a R$ 4,28. No início deste ano (janeiro), já custava em média a R$ 5,43; em fevereiro foi comercializado em média a R$ 6,58 e no mês passado era vendido em média a R$ 6,89.
Com isso, segundo o Dieese, o quilo da farinha apresentou alta no mês passado de 4,71% em relação a fevereiro. O reajuste acumulado no preço do produto no 1º trimestre de 2016 alcançou quase 61,00%, contra uma inflação medida pelo INPC/IBGE para o mesmo período de 2,93%.
‘O mais conflitante desta situação de aumento de preços é que o Pará é o maior produtor de mandioca do país. A maior quantidade da farinha consumida na Grande Belém vem de municípios próximos da capital, como Castanhal Capanema e Bonito, entretanto, mais da metade da produção é artesanal’, ressalta Roberto Sena, supervisor técnico do Dieese.
Este fato, aliado à produção e ao escoamento da mesma do produtor ao consumidor (sua comercialização é recheada de atravessadores), faz com que o consumidor paraense continue a ser penalizado por reajustes acima da inflação.
Veículo: Jornal O Liberal - PA