Faturamento real da indústria cai 15,5% em Minas

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                                         Resultado do 1º trimestre foi o pior para o período desde 2003, quando começou a série histórica.

O faturamento real da indústria mineira recuou 15,5% em março sobre igual mês do ano passado. As receitas do parque fabril de Minas Gerais acumularam queda de 16,5% no primeiro trimestre de 2016, sendo o pior resultado para o período de janeiro a março desde o início da série histórica da pesquisa Indicadores Industriais (Index), da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), em 2003. Nos últimos 12 meses, o faturamento diminuiu 16,8%, representando o 25º resultado negativo consecutivo. As maiores retrações foram observadas nos setores de veículos automotores e de máquinas e equipamentos.

Os dados do Index refletem a atual situação da indústria mineira que, conforme o presidente do Conselho de Política Econômica Industrial da entidade, Lincoln Gonçalves Fernandes, é pior do que se pode imaginar.

“No ano passado os indicadores do parque mineiro já eram piores do que os da indústria nacional. Dessa forma, imaginávamos que neste ano o desempenho seria um pouco melhor. No entanto, não foi o que aconteceu nos primeiros três meses. Por isso, diante dos primeiros resultados, já tivemos que revisar para baixo a estimativa de faturamento para o exercício. Isso indica que 2016 será ainda pior que 2015”, explica.

Em janeiro era prevista uma queda de 0,82% no faturamento da indústria neste ano, número que saltou para 11,48%. “Por enquanto não há perspectiva alguma de mudança desse quadro”, admite.

Acompanhando o cenário, ainda na comparação mensal, os demais indicadores também ficaram todos negativos. O nível de emprego, em -10,7%; as horas trabalhadas, em -5,1%; e a massa salarial, em -11,4%. Já no trimestre as baixas foram de -10,6%, -6,6% e -14,7%, respectivamente.

“Há um escalonamento entre esses índices. Percebemos que o faturamento começa a cair antes, justamente porque há um esforço do empresariado em manter o nível de produção por meio da manutenção da mão de obra e aumento das horas trabalhadas. No entanto, essas medidas não se sustentam por muito tempo em um cenário como o que o Brasil vive e agora já são observadas sérias retrações também nesses indicadores”, avalia.

Entre os setores, as quedas mais intensas no que se refere ao faturamento real ocorreram em veículos automotores (-45,7%), máquinas e equipamentos (-27,5%), vestuário (-26,3%) e extrativo mineral (-18%), sempre no primeiro trimestre de 2016 na comparação com os primeiros três meses de 2015. Neste sentido, o presidente do Conselho de Política Econômica Industrial da Fiemg destaca que, juntos, os setores extrativo mineral, siderúrgico e de veículos automotores representaram mais de 75% do recuo observado na indústria do Estado nessa base de comparação.

Alta - Por outro lado, o grupo de produtos de metal registrou aumento de 24% na receita, assim como o de máquinas e material elétrico (14,8%), os derivados de petróleo e biocombustíveis (4,6%) e os minerais não metálicos (2,4%) - todos considerados pontuais pela entidade.

A utilização da capacidade instalada (Nuci) foi de 84,2% em março, 0,2 ponto percentual menor que no mesmo mês de 2015, representando a 17ª queda consecutiva. No fechamento da média do trimestre, a Nuci ficou em 82,4%, ou seja, 1,5 ponto percentual menor que os 83,9% dos três primeiros meses do ano passado.

Em relação ao emprego industrial, o Index revelou que houve queda de 10,6% no acumulado do ano até março. Dos segmentos analisados, 13 apresentaram recuo no faturamento e três, crescimento. A maior queda foi registrada por produtos de metal (-41,4%).

 



Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG


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