Com base em dados divulgados pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS), a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) calculou queda no número de trabalhadores formais do comércio varejista brasileiro nos três primeiros meses do ano.
Em números absolutos, a variação foi de -2,2% em relação ao primeiro trimestre do ano passado e corresponde a uma redução de 167,1 mil postos de trabalho no setor – o pior resultado para o período na série histórica do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério, iniciada em 2004.
"Para o varejo, os três primeiros meses do ano representam, naturalmente, um período adverso à ampliação do número de vagas, em virtude do enxugamento sazonal dos postos de trabalho gerados pelas vendas de final de ano. Historicamente 23,9% das admissões e 26,7% dos desligamentos ocorrem nos três primeiros meses do ano", explica Fabio Bentes, economista da Confederação.
Diante da queda mais acentuada das vendas no início de 2016 e da perspectiva de mais um ano de recuo nas vendas, a CNC revisou de -253,4 mil para -269,3 mil sua expectativa de criação de vagas no varejo ao final de 2016. O atual cenário de restrição e encarecimento do crédito deverá levar os segmentos do vestuário, de móveis e eletrodomésticos e do comércio automotivo a fecharem juntos 183,4 mil postos de trabalho ao final do ano.
"Por outro lado, o arrefecimento da inflação nos próximos meses poderá viabilizar algum crescimento das vendas nas farmácias e perfumarias e nos hiper e supermercados, podendo também ampliar conjuntamente seus quadros em 11,3 mil funcionários celetistas", complementa Bentes.
Após registrar a primeira queda anual no volume de vendas em 2014, de -1,6%, de acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), do IBGE, a retração das vendas se intensificou ao longo de todo o ano passado, fechando 2015 com queda de 8,6%. Para 2016, a CNC projeta recuo de 8,8% no volume de vendas do varejo ampliado.
Veículo: Site Brasil 247