A colheita de café na região de Caconde e São João da Boa Vista (SP) começou um mês antes do previsto. Produtores estimam que a safra vai ser maior e de melhor qualidade. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o aumento da produtividade deve ser de 20%.
A previsão é colher mais de 3 milhões de toneladas em todo país, a segunda maior safra da historia, perdendo apenas para 2002. “Nos anos anteriores passamos por secar anormais, mas este ano a gente volta a ter uma safra normal na região”, disse João Batista Vivareli, diretor regional da Secretaria Estadual de Agricultura.
Colheita a todo vapor
Com grãos graúdos e vermelhinhos, a colheita está a todo vapor. “Tivemos uma florada um pouco antecipada, ela ocorreu em setembro, quando o normal para a nossa região é em outubro. É bom porque o produtor começa a colher mais cedo e começa a entrar dinheiro na região” disse o técnico agrícola Arivaldo de Moraes.
Em um sítio de 8 hectares em Caconde, o cafeicultor e a mulher fazem todo o trabalho e com a antecipação da colheita que, segundo eles, dá para fazer com mais cuidado. “Colher devagar com a ajuda dos familiares e sem precisar gastar com funcionários”, disse o cafeicultor Erico Penha.
Produtores otimistas
O produtor disse estar otimista com a safra. No ano passado, ele colheu 12 toneladas e agora espera 16. “A produtividade, o bom preço, eu acho que com a colheita teremos um bom lucro este ano”, afirmou Penha.
O cafeicultor Danilo Lima Copolini comemora: a produção triplicou de sete para 21 toneladas. “Acabamos retirando algumas lavouras antigas e adaptamos, renovamos com novas plantas em um espaçamento mais adequado”, explicou o cafeicultor.
Na fazenda de 320 hectares, as chuvas na época de maturação ajudaram bastante no desenvolvimento dos grãos. “Estão graúdos, muito bem formados, significa rendimento porque no final vende-se peso, não volume”, explicou o cafeicultor Mário Ferrari.
Oportunidade de trabalho
A colheita no local é feita com a ajuda das mãozinhas, maquinas que apanham o café. Cerca de 30 trabalhadores do distrito de Barrania, em Caconde, foram contratados para a safra. Uma nova oportunidade para Amanda Oliveira, que em março foi demitida de um supermercado. “É uma chance agora de ganhar mais e equilibrar o lado financeiro”, contou.
Os apanhadores ganham por produtividade: quanto mais colhem, maior o salário . Em média, conseguem R$ 130 por dia, até R$ 3 mil por mês. “Está bom demais poder juntar [o dinheiro], ainda mais em meio a essa crise”, disse o trabalhador rural Maycon Aurélio Santos.
Veículo: Portal G1