Desempenho ficou negativo em 12 regiões

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A produção industrial no País recuou em 12 dos 14 locais pesquisados em março pelo IBGE, na comparação com o mesmo período do ano passado, divulgou ontem o instituto. Março foi o 25º mês de queda consecutiva na produção e o cenário tem impacto do desemprego em alta, queda no rendimento médio do trabalhador, inflação e juros altos.

Apenas Pará (7,3%) e Mato Grosso (4%) tiveram crescimento na produção no intervalo de um ano -março de 2016 contra março de 2015. A indústria de todos os outros estados amargou perdas no nível de atividade. Pernambuco (-24,4%) e Espírito Santo (-22,2%) foram os estados que mais tiveram queda na produção.

Goiás (-14,3%) ficou acima da média nacional (-11,4%), assim como São Paulo (-12,5%). Maior parque fabril do país, São Paulo acumula, somente no primeiro trimestre deste ano, recuo de 13,6% na produção em relação a igual período do ano passado.

Ainda no intervalo de um ano, destacaram-se negativamente o Rio (-11%), Rio Grande do Sul (-10,6%), Minas Gerais (-9,4%) e Bahia (7,2%).

Mês - Os dados regionais da produção industrial são complemento da Pesquisa Industrial Mensal, cujos números de março foram divulgados na semana passada. Na ocasião, já havia sido observada melhora na produção da indústria na passagem de fevereiro para março, de 1,4%.

Ainda que tenha havido avanço, o indicador não significa que a curva de produção está revertendo tendência de queda. Na passagem de fevereiro para março, a indústria teve aumento na produção em 10 dos 14 locais pesquisados.

O estado do Amazonas foi o único a crescer dois dígitos, a 22,2%. São Paulo e Rio tiveram crescimento de, 1,5% e 2,2%, respectivamente.

Apenas Goiás (4,3%), Pará (-3,2%), Espírito Santo (-1,7%) e Rio Grande do Sul (1,3%) tiveram quedas na produção.

O avanço na produção industrial de 10 das 14 regiões acompanhadas pelo IBGE em março ante fevereiro não é sinal de reversão na tendência de queda, afirmou ontem, Rodrigo Lobo, técnico da Coordenação de Indústria do órgão. “Esses locais não recuperaram a perda recente”, disse.

“Claro que um resultado positivo é sempre melhor que um negativo, mas não temos como cravar quando o momento de inflexão vai acontecer enquanto tivermos variáveis macroeconômicas deterioradas”, explicou Lobo, citando desemprego e renda em queda como fatores que retardam a recuperação.

O Amazonas, por exemplo, exibiu um crescimento de 22,2% na produção na passagem do mês, graças à atividade de bebidas. Mas não compensou a sequência anterior de nove taxas negativas, período em que acumulou perda de 25,6%.

Em São Paulo, o maior parque industrial do País, mesmo com o aumento de 1,5% em março ante fevereiro, a atividade está 25,4% abaixo do pico histórico observado em março de 2011. “O crescimento foi puxado por veículos, máquinas e equipamentos e produtos alimentícios, mas não é nada que indique reversão na tendência de queda”, disse Lobo.

Outras regiões que tiveram crescimentos significativos foram Bahia (8,1%), por conta de veículos e derivados de petróleo, e Nordeste (4,1%). “Ambos estão distantes do ponto máximo de produção”, afirmou o técnico.

 



Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG


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