Perdas na produção devem pressionar mais os preços

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                                                                          Os valores em Minas devem subir 33% se comparados com 2015.

As perdas produtivas provocadas pelo clima reduziram significativamente a oferta de trigo na América do Sul, comprometendo as produções do Paraná, Rio Grande do Sul, Paraguai e Argentina, sendo o último o principal país exportador do cereal para o Brasil.

A menor oferta fará com que os preços pagos pelo trigo produzido em Minas Gerais fiquem bem superiores aos praticados em 2015. A expectativa é negociar a tonelada por até R$ 1.000, valor 33%, maior que os R$ 750 pagos pelo mesmo volume no início da safra passada, que ocorre em agosto. Além disso, a indústria deve recorrer às importações dos Estados Unidos.

Apesar dos preços valorizados, a produção mineira, que chega ao mercado em plena entressafra, deve ficar menor. A previsão inicial da Associação dos Triticultores do Estado de Minas Gerais (Atriemg), é que haja uma redução de pelo menos 50% no volume de trigo a ser colhido, na comparação com 2015, quando a colheita foi de 245,1 mil toneladas.

A queda expressiva se deve a alguns fatores, como a dificuldade de acessar o crédito, a falta de chuvas aliada a temperaturas elevadas ao longo de abril e a concorrência com outros produtos, como o milho e o feijão, cujos valores de mercado estavam mais atraentes.

De acordo com o vice-presidente da Atriemg, Eduardo Elias Abrahin, as perspectivas são de preços excelentes. “O preço será ótimo, mas a safra de trigo está bem comprometida. A falta de chuva em abril e calor excessivo reduziram a produtividade. Sendo bem otimistas, inicialmente teremos uma perda de 50% em relação ao ano passado”.

Ainda segundo Abrahin, nas últimas semanas foram registradas chuvas nas regiões produtoras do trigo, o que poderá minimizar parte das perdas. Em relação aos valores do trigo, a tonelada hoje é negociada a R$ 1.000, valor que deve ser mantido no período da colheita. A sustentação ocorrerá pela oferta escassa e pelo cereal mineiro chegar ao mercado no período de entressafra.

“A tendência é que a oferta de trigo continue baixa, pelas perdas climáticas e pelo atraso do plantio no Paraná. O produtor que investiu na cultura e não teve problemas com o clima terá uma boa lucratividade. Porém, a maioria vai registrar prejuízos. Os preços em torno de R$ 1.000 são superiores aos pagos no mesmo período do ano passado, quando a tonelada de trigo variava entre R$ 700 e R$ 900”.

Além de afetar a produção nacional, as condições climáticas também limitaram a produção de trigo na Argentina e no Paraguai. Com isso, a expectativa é de poucas compras destes destinos ao longo do segundo semestre.

 



Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG


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