Consumo em queda exigirá mais preparo de empresários para enfrentar momento ruim na economia, diz SPC Brasil.
Os vários indicadores negativos que revelam a recessão econômica que Brasil enfrenta exigirão, na opinião de analistas do Serviço de Proteção ao Crédito-Brasil (SPC), mais preparo por parte de lojistas para superar o momento de maneira “menos dolorosa”. Números ruins não faltam. Economistas ouvidos pelo Banco Central projetam retração de 3,88% do Produto Interno Bruto (PIB) do País em 2016, e a expectativa foi piorada na comparação com o dado anterior. O mercado de trabalho já tem 11 milhões de desempregados e a inadimplência afeta 59,2 milhões de consumidores em todo o País, de acordo com dados do próprio SPC Brasil.
Dados da empresa, divulgados em março, apontam que o consumidor deixou de pagar contas básicas como água, luz e comunicação. Para a economista chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, isso demonstra que o aperto financeiro atingiu de maneira significativa o orçamento doméstico, pois esses serviços são suspensos quando não há a quitação.
No entanto, ela avalia que o consumo não deixa de existir, mas passa a ser feito de maneira mais seletiva. “Se no passado o consumidor tinha crédito a vontade, agora ele se vê com uma restrição de crédito, então ele compra coisas de valor menor, da mesma forma ele troca marcas, ele começa a mudar o portfólio para fazer com que esse novo orçamento chegue até o final do mês, e o lojista tem que se adequar a isso também”, avalia.
Preparação
Por esse motivo, acontece na Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) Goiânia o 2º Seminário Regional de SPC’s com o tema ‘O ano da superação! O Cenário Econômico Atual e o Novo Perfil do Consumidor’. “Durante esses dois dias esclarecemos e trabalharemos no sentido de mostrar quais ferramentas estão disponíveis e como elas podem auxiliar efetivamente os lojistas para que esse momento de crise seja ultrapassado da maneira menos dolorosa possível”, explica o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Júnior.
Os representantes da instituição acreditam que, embora possa levar tempo, a retomada do crescimento econômico vai acontecer. “A gente percebe que apesar da confiança estar em patamares muito baixos, ela parou de cair. Isso é importante, então a gente parou de piorar nessa variável. Isso pode ter um efeito positivo, por exemplo, no emprego, que em algum momento, deve parar de piorar”, considera Kawauti.
Futuro
O presidente do SPC Brasil ainda avalia que os primeiros sinais que a equipe econômica do governo Temer tem dado são positivos, e que reformas como a da previdência são tão importantes quanto à redução nos gastos públicos. “Se isso tivesse sido feito já nas vésperas da eleição presidencial anterior, provavelmente os efeitos negativos do remédio já teriam passado e os efeitos positivos já estariam aparecendo”.
Para Pellizzaro, esse ano ainda devemos ter dificuldades, mas reflexos positivos das medidas a serem adotadas nas próximas semanas começarão “aparecer a partir de janeiro do próximo ano”, finaliza.
Veículo: Site O Hoje