As vendas nacionais de aparelhos de TV de tela fina no primeiro trimestre de 2016 registraram queda de 28% em volume e de 5,4% em faturamento, na comparação com o mesmo período de 2015.
As informações são da GfK, que monitora as vendas reais de bens duráveis ao consumidor final em todo o território nacional, e apontam que a crise econômica, que diminuiu o poder de compra do consumidor, foi o principal motivo para a retração brusca verificada no período.
Apesar do comportamento contraído da maior parte dos brasileiros, o estudo sinaliza que os modelos de televisores dotados de novas tecnologias tiveram comportamento diferente. É o caso das smartTVs que, na comparação com o mesmo período do ano anterior, venderam 6,4% mais em volume, e 24% mais em faturamento, passando a responder por 50% das vendas nacionais da categoria.
Outro destaque são as TVs com tecnologia UHD, cujas vendas cresceram 167% em unidades e 118% em faturamento na comparação com o primeiro trimestre de 2015. As TVs UHD respondem hoje por 6% do volume e 13% do faturamento de toda a categoria TV no Brasil. Para se ter uma ideia, na Europa esse modelo de televisor responde por 30% das vendas de 2015 e na China chegaram a representar 40% do em volume de vendas.
Segundo o especialista da GfK para o segmento de eletroeletrônicos, Rui Agapito, apesar da retração, alguns modelos de TVs de tela fina ganharam relevância no mercado da categoria. "São os aparelhos de 32" que aumentaram sua importância no mercado total de 32% em 2015 para 37% em 2016, e as TVs com telas de 55" ou maiores que cresceram 7% em vendas absolutas", assinala Agapito.
Linha marrom
O desempenho das vendas de televisores vem em linha com a retração sentida no comércio de itens da linha marrom - que abarcam, além das TVs, , aparelhos de som, entre outros produtos eletroeletrônicos.
Segundo a GfK, essa categoria apresentou queda de 23% do último trimestre de 2015, em comparação com o mesmo período de 2014. No acumulado do ano, a retração chegou a 34%. As categorias que mais influenciaram a retração foram as TVs de tela fina (-35%) e a linha de áudio (-28%).
Apesar do desempenho, a GfK ressalta que o conteúdo de vídeo em streaming aumentou e se tornou mais relevante no mercado brasileiro, o que estimulou a venda de televisores com mais alta tecnologia e com acesso à internet. "Também nesse aspecto, o Brasil se aproxima dos patamares da Europa", finaliza Agapito.
Veículo: Jornal DCI