O encolhimento do poder de compra do consumidor aprofundou a crise para o varejo de São Paulo. Segundo a Associação Comercial (ACSP), as vendas no primeiro trimestre recuaram 9,3% frente ao ano passado, enquanto o faturamento dos lojistas caiu 0,6%.
No varejo restrito, que não inclui automóveis e material de construção, as vendas caíram 9,1% nos três primeiros meses do ano, enquanto o faturamento aumentou 1,8%.
"A crise do varejo se estende pelo País e decorre da diminuição da renda, do avanço do desemprego e da contração do crédito, deixando o consumidor mais inseguro e pessimista, sem disposição para comprar", diz Alencar Burti, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp).
Segundo o executivo, o Estado de São Paulo sente mais por ser "mais afetado pelas reduções da atividade econômica e do emprego advindas do setor industrial".
Ele também comenta sobre as expectativas. "O foco é a confiança: precisamos recuperá-la de qualquer maneira. Há uma perspectiva positiva em relação à nova equipe econômica. Acreditamos que, até o final do ano, de forma gradual, o comércio pare de cair e comece a sinalizar uma recuperação, que só deverá vir, de fato, no ano que vem", finaliza Burti em comunicado.
Regiões e setores
Segundo o levantamento, todas as regiões do Estado apresentaram resultados negativos nas vendas no primeiro trimestre frente ao mesmo período de 2015. As quedas mais acentuadas ocorreram nas seguintes regiões: Metropolitana Oeste (-15,5%), Campinas (-10,5%) e Litoral (-10%). Já os menores recuos foram registrados no Vale do Paraíba (-3,3%) e na região de Araçatuba (-3,7%). A totalidade dos setores do varejo paulista também ficou no vermelho no primeiro trimestre, com destaques para concessionárias de veículos (-19,7%) e lojas de departamentos/ eletrodomésticos/eletroeletrônicos (-19,4%).
Vinculados à demanda de produtos mais essenciais, os segmentos de farmácias/perfumarias (-2,3%) e supermercados (-2,8%) apresentaram as menores contrações. O levantamento é elaborado mensalmente pelo Instituto de Economia Gastão Vidigal, da ACSP, dados da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo.
Veículo: Jornal DCI