TVs de altíssima resolução começam a ganhar espaço no País, mas inovação ainda é pouco perceptível.
À primeira vista, os números do mercado brasileiro de televisores também mostram sinais da crise: segundo dados da consultoria GfK, as vendas de TVs de tela fina no primeiro trimestre de 2016 caíram 28% na comparação com o mesmo período do ano passado.
No entanto, assim como acontece com smartphones e PCs, as TVs de luxo se destacam – com destaque para os televisores com resolução Ultra HD ou 4K, equivalente a quatro vezes a resolução das atuais TVs Ultra HD. Segundo a GfK, a venda de TVs Ultra HD cresceu 167% em unidades e 118% em faturamento, na comparação com o primeiro trimestre de 2015.
Hoje, o segmento de TVs Ultra HD no País representa 6% do volume de vendas do setor – uma marca ainda distante de mercados mais maduros, como Europa (30%) e China (40%). “Os produtos de perfil mais caros ajudam na construção da nossa marca”, diz Barbara Toscano, diretora de marketing da LG. A sul-coreana é uma das marcas que mais investem nesse tipo de produto no País, com televisões em Ultra HD que vão de R$ 3,3 mil (43 polegadas) até R$ 299 mil (105 polegadas).
A também coreana Samsung, por sua vez, estima que 60% do seu portfólio de TVs à venda no Brasil seja 4K, com preços que começam em R$ 2,5 mil. “A situação poderia ser melhor, não fosse a oscilação e a valorização do dólar frente ao real”, diz Erico Traldi, gerente sênior de TVs da marca.
Desafios. O segmento de TVs 4K ainda sofre com a falta de conteúdo – hoje, o serviço de streaming Netflix é o que oferece mais vídeos nessa resolução: são cerca de 50 títulos apenas. Outra opção é o Globo Play, serviço sob demanda da TV Globo, que tem minisséries gravadas com a tecnologia.
As emissoras nacionais de TV aberta planejam adotar o 4K em larga escala só em 2018. Para Barbara, da LG, é importante continuar a investir. “Se o mercado não mostra que a tecnologia existe, o consumidor não cria o desejo.”
Veículo: Jornal O Estado de S. Paulo