O aumento foi registrado em abril deste ano frente ao mês anterior, conforme pesquisa do IBGE.
A produção industrial brasileira surpreendeu em abril e avançou 0,1% frente a março, que já havia registrado alta de 1,4%, segundo dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A expectativa do mercado financeiro era de uma queda de 0,9% ante o mês anterior, de acordo com estimativas da Bloomberg. É a primeira vez que a pesquisa mostra duas taxas positivas em sequência desde o período entre julho e agosto de 2014. A alta acumulada em março e abril é de 1,6%.
Já na comparação com o mesmo mês do ano anterior, houve recuo de 7,2%. Esta foi a 26ª queda consecutiva neste tipo de análise e também veio melhor do que a previsão dos analistas, que era de recuo de 8,7%. No ano, a indústria recua 10,5%. Em 12 meses, a queda é de 9,6%.
A indústria brasileira está com patamar de produção 20,3% abaixo de junho de 2013, que foi o ponto mais alto da série de produção industrial. “A variação de 0,1% é uma boa notícia, mas o predomínio de taxas negativas, nem tanto. O crescimento não está disseminado. No ano de 2016, foram três taxas negativas e uma positiva. Mas o saldo do ano ainda é de uma queda de 1,1%”, apontou o gerente da Coordenação de Indústria do IBGE, André Macedo.
Os alimentos foram o principal impacto positivo na produção industrial de abril, frente ao mês anterior, com alta de 4,6%. Em março, o segmento tinha recuado 6%. A segunda maior influência veio de produtos derivados de petróleo e biocombustíveis, com crescimento de 4%, após perda de 6,7% em março.
Na comparação com abril de 2015, as taxas negativas são mais espalhadas. A produção de bens de capital recuou 16,5%, acompanhada por retração de 7,5% em bens intermediários. Os bens duráveis, por sua vez, caíram 23,7%. Por outro lado, os bens de consumo semiduráveis e não duráveis tiveram alta de 1,9%.
A cana-de-açúcar teve influência no resultado da produção industrial de abril, já que o processo de moagem foi antecipado por causa de questões climáticas. Com isso, afetou positivamente tanto o açúcar - que puxou a produção de alimentos - quanto o álcool - que é parte do grupo de biocombustíveis.
“Alimentos e biocombustíveis tiveram influência importante para explicar a variação de 0,1% em abril, mas ainda há um predomínio das atividades em queda, com 13 dos 24 ramos. O resultado positivo é sempre melhor, mas em nada reverte a trajetória negativa da produção industrial”, afirmou Macedo.
Sequência - As taxas positivas de março e abril ainda não compensam a queda de 2,9% registrada no mês de fevereiro. No entanto, esta é a primeira vez que a pesquisa mostra duas taxas positivas em sequência desde julho e agosto de 2014. A alta acumulada em março e abril é de 1,6%.
Entre as categorias de uso da indústria, bens de capital e bens intermediários avançaram em abril, frente a março, com taxas de 1,2% e 0,5%, respectivamente. No caso de bens duráveis, no entanto, a produção teve queda de 4,4% em duráveis e 0,6% em semiduráveis e não duráveis.
Na passagem entre março e abril, 11 dos 24 segmentos pesquisados tiveram taxas positivas.
Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG