Apesar do cenário econômico, Verde Campo manteve o aporte previsto para 2016: R$ 18 milhões
Certo de que a inovação é o caminho para aumentar a competitividade e conquistar novos consumidores, o presidente do Laticínios Verde Campo Ltda, indústria de produtos lácteos - iogurtes, queijos frescos e maturados, requeijão e creme de leite –, instalada em Lavras, no Sul de Minas, anuncia o lançamento de uma linha de produtos: a Natural Whey. O investimento de R$ 2,5 milhões deu origem a um iogurte lácteo zero lactose acrescido de whey protein. Outros R$ 15,5 milhões estão sendo aportados no laticínio.
De acordo com o presidente da Verde Campo, Alessandro Rios, o projeto consumiu dois anos de pesquisa e desenvolvimento quase todo realizado na fábrica. Apenas os quesitos ligados à consistência final do produto foram desenvolvidos por um parceiro na Argentina. “O desenvolvimento do Natural Whey é uma sequência da nossa história de inovação e pioneirismo. Começamos produzindo produtos diet e light em uma época em que ainda era preciso explicar a diferença entre eles para os consumidores. O Natural Whey traz uma nova perspectiva de nutrição, mas para nós não bastava que ele fosse saudável, precisava ser também agradável. Por isso esse projeto é tão especial e demorou bem mais que nossos ciclos normais de inovação - que costumam levar seis meses”, explica Rios.
O novo iogurte é destinado às pessoas que fazem atividades físicas regulares ou não. A ideia é oferecer no mesmo produto vantagens como a redução de gordura e açúcar, o acréscimo do whey protein e a ausência da lactose. A expectativa é de que, ainda em 2016, o Natural Protein esteja entre os cinco itens mais vendidos da empresa, hoje com mais de 50 produtos portfólio.
“No Brasil o whey protein – proteína nobre, capaz de se transformar em massa magra na sequência de uma atividade física – chegou associado ao consumo por atletas profissionais. Queremos desmitificar isso, mostrando e oferecendo a oportunidade de pessoas comuns terem os benefícios de uma dieta e um estilo de vida saudáveis”, afirma o presidente da Verde Campo, laticínio com 15 anos de mercado, com cláusula de intenção de compra pela Leão Alimentos, do Sistema Coca-Cola. O requerimento já foi protocolado no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que já deu uma primeira autorização para o negócio. A negociação entre as duas empresas ainda está em curso e não tem prazo estabelecido para a conclusão.
Ainda que a recessão do País tenha impactado o número de pedidos, a empresa prevê um crescimento de 20% em 2016 em relação ao ano passado. O número não gera preocupação, porém não agrada ao executivo, já que a Verde Campo cresceu 56% em 2015 na comparação com 2014. “Claro que a crise nos afeta, porém o setor é bem menos suscetível. Na Verde Campo não cortamos nenhum investimento. Ao contrário, este ano estamos dando continuidade aos planos de expansão da fábrica e investimentos em automação, totalizando gastos de R$ 18 milhões”, destaca.
O setor com um todo também não pode reclamar dos resultados e ainda existe espaço para crescer. Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Produtos Nutricionais (Abenutri), o mercado de suplementos alimentares cresce, em média, 25% ao ano no Brasil, com um faturamento de R$ 940 milhões em 2014. De acordo com a consultoria Euromonitor International, apenas o segmento de alimentos e bebidas com apelo à saúde e ao bem-estar movimentou quase R$ 80 bilhões no Brasil naquele ano. Entre 2009 e 2014, o segmento aumentou 95,6%, e deve chegar ao montante de R$ 108,5 bilhões até 2019.
Para manter o ritmo de desenvolvimento, a Verde Campo investe também na formação e qualificação dos mais de 370 colaboradores. As constantes parcerias firmadas com diferentes universidades e a localização privilegiada são pontos decisivos para o sucesso dos constantes lançamentos feitos pela indústria.
“O País perde muito por não ter mais investimentos em educação em geral. Temos dificuldades em todos os níveis, mesmo estando em uma região e uma cidade privilegiadas, com oferta de boas universidades. Temos metas e programas internos de capacitação de todo o time. Também recebemos pesquisadores e levamos nossa equipe de desenvolvimento para as universidades porque acreditamos que essa seja uma forma não apenas de fazer a Verde Campo crescer, mas também contribuir para o aumento da competitividade do País como um todo”, completa o engenheiro de alimentos.
Veículo: Diário do Comércio - MG