Atualmente, agricultores obtêm menos de R$ 10 por arroba da erva-mate. Há três anos, quando faltou matéria-prima nas indústrias, chegou a quase R$ 30
A desvalorização do preço da erva-mate nos últimos meses tem levado produtores a arrancar os ervais na região do Alto Uruguai – segundo maior polo de produção do Rio Grande do Sul. A desistência do cultivo é resultado do valor recebido na venda do produto, menos de R$ 10 por arroba (15 quilos da folha). Descontado o frete e a mão de obra da colheita, sobram menos de R$ 5. Há três anos, quando faltou matéria-prima nas indústrias, chegaram a receber quase R$ 30 por arroba.
– Nas regiões onde é possível plantar grãos, com a soja e o milho no preço que estão, é difícil convencer o produtor a permanecer com erva-mate hoje – afirma Valdir Pedro Zonin, presidente do Instituto Brasileiro da Erva-Mate (Ibramate).
Segundo Zonin, pelo menos 30 produtores arrancaram seus ervais em Erechim, Gaurama, Áurea e Getúlio Vargas. Muito deles, sem licença. Por ser uma árvore nativa, é necessário autorização ambiental para o corte.
Com seis mil hectares cultivados, a região do Alto Uruguai responde por quase 20% da produção de erva-mate do Rio Grande do Sul. Ontem, representantes da indústria e de produtores se reuniram em Erechim.
Precisamos estabelecer um preço referência que todos ganhem, indústria e produtor. A informalidade também tem feito o preço cair – resume Zonin.
Veículo: Jornal Zero hora