A gigante global do agronegócio Bunge reportou uma alta no lucro trimestral nesta quinta-feira e manteve projeções de maiores ganhos neste ano como um todo, mas alertou que suas margens estão caindo no Brasil e na Argentina devido a menores safras.
Após uma alta de 51 por cento nos lucros do segundo trimestre, a companhia baseada em White Plains, Nova York, disse que os ganhos na segunda metade do ano deverão ser menores até o quatro trimestre, quando serão colhidas safras no hemisfério norte.
"No geral, nós continuamos a esperar crescimento nos lucros em 2016", disse o diretor financeiro da Bunge, Drew Burke.
"No entanto, no curto prazo, vendas mais lentas de produtores no Brasil e na Argentina, devido a safras e preços menores que o esperado, estão impactando negativamente as margens", afirmou.
A Bunge havia alertado que esperava turbulências para o segundo trimestre devido a colheitas danificadas pelo clima no Brasil e na Argentina.
Vendas mais lentas pelos produtores no Brasil reduziram os ganhos no segundo trimestre da unidade de agronetócio da Bunge, sua maior geradora de receitas.
Mas o déficit na safra da América do Sul elevou a demanda por embarques dos Estados Unidos, onde as companhias rivais Archer Daniels Midland e Cargil possuem uma forte presença.
Produtores dos EUA estão esperando enormes colheitas de milho e soja neste outono no Hemisfério Norte.
As ações da Bunge caíram cerca de 10 por cento até agora no ano, enquanto as ações da Archer Daniels Midland acumulam alta de cerca de 20 por cento.
O lucro líquido da Bunge subiu mais de 50 por cento para 109 milhões de dólares, ou 78 centavos de dólar por ação no segundo trimestre encerrado em 30 de junho.
As vendas líquidas totais da empresa caíram 2,2 por cento, para 10,54 bilhões de dólares, na oitava queda trimestral consecutiva, ante uma receita média de 10,08 bilhões projetada por analistas ouvidos pela Thomson Reuters.
Veículo: Portal UOL