São Paulo - O setor público consolidado registrou déficit primário de R$ 10,1 bilhões em junho e de R$ 23,776 bilhões no semestre, o equivalente a 0,79% do PIB. No acumulado dos 12 meses, o déficit ficou em R$ 151,2 bilhões (2,51% do PIB).
Conforme divulgado na última sexta-feira pelo Banco Central (BC), o resultado primário do governo central - formado pelo BC, Tesouro Nacional e Previdência Social - foi deficitário em R$ 10,5 bilhões, enquanto os governos regionais e as empresas estatais apresentaram superávits de R$ 98 milhões e R$ 291 milhões, respectivamente.
O rendimento de R$ 22,7 bilhões em operações de swap cambial de junho (ante a perda de R$ 3,1 bilhões registrada no mês de maio) também contribuiu para uma redução de 48% nos juros nominais (de R$ 42,5 bilhões em maio para R$ 22,1 bilhões no mês passado).
No acumulado do ano, os juros nominais somam R$ 173,3 bilhões, em comparação aos R$ 225,9 bilhões registrados em igual período de 2015. No mês e no semestre, os resultados foram os melhores registrados desde 2014.
O resultado nominal foi deficitário em R$ 32,2 bilhões em junho e somou déficit de R$ 197,1 bilhões no ano.
O montante observado foi financiado por expansões de R$ 38,6 bilhões na dívida mobiliária e de R$ 3 bilhões na dívida bancária líquida.
Já a Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) alcançou R$ 2,52 trilhões (42% do PIB) em junho último, alta de 2,3 pontos percentuais (p.p.) do PIB em relação ao mês anterior.
A valorização cambial de 10,7% no mês contribuiu para elevar o endividamento líquido em R$ 118,8 bilhões no período (2 p.p. do PIB).
A dívida bruta do governo geral atingiu R$ 4,13 trilhões em junho (68,5% do PIB), mantendo-se praticamente estável em relação a maio.
Segundo o chefe adjunto do departamento econômico do BC, Fernando Rocha, a tendência para o segundo semestre deste ano é de resultados fiscais piores e de déficit crescente até dezembro. "Os resultados fiscais têm sazonalidade forte. Os números do primeiro semestre são sempre impactados por fatores favoráveis, como a arrecadação boa da Receita Federal em abril, em função do Imposto de Renda", comentou Rocha. "A tendência é de resultados piores no segundo semestre", completou.
Ele ainda afirmou projeção de 42,4% do PIB para a DLSP em julho. No caso da dívida pública bruta do governo geral para este mês, a projeção é de 69,3% do PIB.
Veículo: DCI