Liquidação é sinônimo de estoques elevados

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As liquidações no varejo parecem não ter fim. Desde novembro do ano passado, o brasileiro se depara com ofertas arrasadoras a cada semana. De móveis, eletrodomésticos, eletrônicos, roupas e acessórios a pacotes turísticos, os descontos chegam a 70% e com facilidades de parcelamento. A Fotoptica, por exemplo, inicia no dia 1º de abril um bota-fora de 8 mil itens, com descontos de até 70%.

 

"Queremos desocupar o estoque que está maior neste ano porque incluímos novas grifes", diz a diretora de marketing da rede com 70 lojas, Paula Freire. Hoje a empresa tem uma promoção de vender o segundo óculos por apenas R$ 1. Paula conta que ela já tem uma campanha agressiva de preços planejada para começar após o bota-fora.

 

As liquidações quase que permanentes podem ser um indício de estoque alto e venda fraca. "Tem mais promoção porque está difícil de vender", afirma o diretor administrativo e financeiro das Casas Bahia, Michael Klein. Ele observa também que houve uma certa migração dos estoques excessivos acumulados pela indústria no último trimestre do ano passado. Agora parte deles estaria no comércio. "A indústria deu condições para o varejo ir comprando", conta.

 

Em fevereiro, a maior rede de móveis e eletroeletrônicos do País fechou o mês com 70 dias de estoques, muito acima do normal que é ter produtos para 45 dias. A perspectiva, diz Klein, é encerrar março com um volume para 60 dias e retornar para níveis normais só no fim de maio, depois do Dia das Mães.

 

Nas Lojas Cem, os estoques hoje dão conta de um consumo para 50 dias. O supervisor da rede, Valdemir Colleone, diz que o normal no varejo é 40 dias. "Mas 50 dias para nós está ajustado", pondera.

 

Foram exatamente as liquidações desencadeadas por estoques elevados e dificuldades nas vendas que garantiram o surpreendente crescimento de 6% no comércio detectado pelo IBGE em janeiro, ante o mesmo mês do ano passado, excluindo veículos e materiais de construção. "Se não tivesse tido tanta liquidação, o desempenho não teria sido atingido", diz o economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Emílio Alfieri.

 

No varejo têxtil, por exemplo, as vendas cresceram 8% no primeiro bimestre graças às liquidações de verão, afirma Sylvio Mandel, presidente da Associação Brasileira do Varejo Têxtil (Abeim), que reúne oito grandes redes. Para o trimestre, ele projeta crescimento menor, de 6%.

 

Veículo: Jornal do Commercio - RJ


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