Alta no preço do leite em Mato Grosso encarece queijo e outros derivados

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Litro de leite chega a custar R$ 5 nos supermercados de Cuiabá.
Aumento mensal do produto foi de 25,7% entre maio e junho.


O preço do leite subiu e nos supermercados de Cuiabá o litro chega a custar R$ 5 . A alta refletiu nos derivados do leite. O quilo do queijo muçarela, por exemplo, ficou 21,7% mais caro e chega a custar R$ 30 o kg.

O último balanço divulgado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) aponta que o aumento no preço do leite foi de 25,7% entre os meses de maio e junho. A alta no preço, segundo os produtores, é motivada pelo custo da produção e a falta de chuvas na região.

O relatório do Imea apontou que derivados do leite, tanto no atacado como no varejo, também tiveram aumentos expressivos no preço. O iogurte e a bebida láctea, comum nas geladeiras dos brasileiros, principalmente os que tem crianças em casa, tiveram alta de 12,62% e 10,95%, em Cuiabá.

 Para driblar os preços, os consumidores procuram alternativas, como a substituição do produto ou a diminuição do consumo. A dona de casa Poliana Fernanda de Andrade, 27 anos, que tem dois filhos pequenos, de 4 e 8 anos, disse que vem controlando aquilo que as crianças querem incluir no carrinho de supermercado.

“Quando iogurtes estão em promoção aproveitamos e compramos bastante. Do contrário, a gente tenta controlar o orçamento. O aumento foi absurdo”, relatou.

Segundo Poliana, o nutricionista dos filhos aconselha a ingestão de três copos de leite por dia. Com o valor elevado do produto nos últimos meses, ela tenta substituir parte do consumo de leite por suplementos alimentares, frutas, vegetais e sucos naturais.

A variação do preço do leite ocorre durante todo o ano, dependendo do ciclo da seca e chuva. Segundo Carlos Augusto Zanata, diretor executivo da Associação dos Produtores de Leite de Mato Grosso (Aproleite-MT), a falta de chuvas acentuada neste ano, comprometeu diversos setores da produção.

“Quando não chove, o pasto não cresce tanto. A suplementação feita de milho, que também depende das chuvas, aumenta o preço. Sendo assim, o produtor alimenta menos os animais, que produzem menos leite. O preço recai sobre o consumidor final”, disse Zanata.

O relatório do Imea ainda apontou que a média do valor o pago ao produtor nos primeiros seis meses de 2016 foi de R$ 0,95 pelo litro de leite, enquanto no primeiro semestre de 2015 foi de R$ 0,79, o que corresponde a um aumento de 20%. Ainda assim, de acordo Zanata, os produtores de leite comercializaram o produto por preços baixos, nos últimos dois anos. Este fator interfere na capacidade de investimentos no processo de produção.

“Mesmo com um preço mais alto, o valor não é o suficiente para cobrir os preços do produtor. Existem custos de energia elétrica, que subiu também. Hoje, a maioria dos produtores de Mato Grosso vem conseguindo apenas pagar as despesas da produção sem ter prejuízos”, explicou Zanata.

Fonte: Portal G1


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