Crise afeta pouco o consumo de café

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A redução no crescimento do consumo mundial de café neste exercício deverá ser pequena, ainda que o setor já esteja sentindo os impactos da crise econômica mundial. A avaliação é do assessor especial de Café da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa), Wilson Lasmar, que acredita em uma queda pouco significativa, mas que será agravada pelo desemprego e pela deterioração da economia global.

 

De acordo com ele, em função deste cenário, o consumo deverá aumentar menos que o esperado. Segundo estimativas da Organização Internacional do Café (OIC), a desaceleração nos índices de consumo projetam um corte no aumento de 2,5% para 1,5% do volume em 2009. "No Brasil, essa desaceleração deverá ser menor, uma vez que o consumidor não para de tomar café de uma hora para outra", ponderou.

 

Por causa da crise, as perspectivas de crescimento de consumo da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) para 2010 deverão ser postergadas para 2012, em função do menor crescimento no consumo, destacou Lasmar. "Atualmente, os cafeicultores mineiros também lutam por preços melhores para o grão e contam com apoio do governo do Estado, visando continuar produzindo", ressaltou.

 

Custos elevados - Segundo o assessor, os preços pagos pela saca do grão estão baixos enquanto que os custos se mantêm em alta, além de um fator preocupante que é o endividamento dos cafeicultores, destacou. Para ele, o segmento passa por um momento de insatisfação, necessitando de maior apoio e políticas agrícolas mais agressivas em defesa da cafeicultura mineira e nacional, alertou.

 

No Estado, os preços pagos pela saca do grão estão entre R$ 250 e R$ 260, enquanto que os custos de produção giram em torno de R$ 300 por saca. Diante deste desequilíbrio, muitos produtores estão descapitalizados. Para Lasmar, neste período de safra menor, devido à bianualidade, a expectativa é que os preços pudessem registrar recuperação. "Mas a elevação dos preços não está ocorrendo e a defasagem está se arrastando por mais tempo que o previsto", criticou.

 

Para o assessor, a cafeicultura é uma atividade que não tem como ser abandonada de uma hora para outra. Em função desse cenário, existem notícias de que muitos produtores estão focando apenas nas lavouras que podem oferecer maior produtividade, destacou. Outro ponto que está interferindo na atividade é a escassez de crédito que, segundo Lasmar, ainda não é suficiente para o segmento. Além desse entrave, muitos produtores não conseguem financiamento por enfrentar problemas com endividamento, explicou.

 


Veículo: Diário do Comércio - MG


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