Desemprego é realidade para 530 mil gaúchos

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O desemprego no Rio Grande do Sul passou de 5,9% para 8,7% no segundo trimestre do ano, segundo o IBGE. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad Contínua), divulgada ontem, aponta um salto de 47,5% na taxa, com alta de 2,8 pontos percentuais frente ao mesmo trimestre do ano passado.

O Estado somou 530 mil pessoas sem trabalho no período, de um total de 6,078 milhões de residentes que compõem o mercado. Desse total, 5,548 milhões tinham alguma ocupação. O rendimento médio real dos trabalhadores ocupados gaúchos ficou em R$ 2.209,00, queda de 0,9%. No setor privado com carteira assinada, o valor ficou em R$ 1.828,00, recuo de 3,2%. A maior queda nos salários foi na indústria em geral, que chegou a 8,9% no segundo trimestre de 2016.

Entre as unidades da federação, as maiores taxas de desemprego foram observadas no Amapá (15,8%), Bahia (15,4%) e Pernambuco (14%), enquanto as menores taxas estavam em Santa Catarina (6,7%), Mato Grosso do Sul (7%) e Rondônia (7,8%).

A taxa de desocupação subiu em todas as grandes regiões do País, fechando o segundo trimestre do ano em 11,3% comparativamente ao mesmo período de 2015. Os dados indicam que as taxas são as mais altas já registradas para cada uma das regiões do País desde o início da Pnad Contínua, em janeiro de 2012.

Na região Norte, a taxa de desocupação foi de 8,5% para 11,2%; no Nordeste, de 10,3% para 13,2%; no Sudeste, de 8,3% para 11,7%; no Sul, de 5,5% para 8,0%; e no Centro-Oeste, de 7,4% para 9,7%. No primeiro trimestre de 2016, as taxas haviam sido de 12,8% no Nordeste, 11,4% no Sudeste, 10,5% no Norte, 9,7% no Centro-Oeste e 7,3% no Sul.

Dados divulgados anteriormente pelo IBGE indicam que a taxa geral de desemprego, de 11,3% no trimestre encerrado em junho, é também a maior da série histórica e indicava uma população desocupada de 11,6 milhões de pessoas, um crescimento de 4,5% em relação aos primeiros três meses do ano. Quando a comparação se dá com o segundo trimestre do ano passado, no entanto, o aumento da população desocupada chegou a 38,7%.

A pesquisa indica, ainda, que o nível de ocupação (indicador que mede a parcela da população ocupada em relação à população em idade de trabalhar) ficou em 54,6% para a totalidade do Brasil no segundo trimestre deste ano.

As regiões Nordeste (48,6%) e Norte (54,4%) ficaram abaixo da média nacional. Já nas demais regiões, o nível de ocupação variou dos 59,1% verificados na região Sul, passando pelos 59,2% do Centro-Oeste e até os 56,1% do Sudeste.

Por estado, Mato Grosso do Sul (61,1%), Santa Catarina (59,4%), Paraná (59,2%) e Goiás (59,2%) apresentaram os maiores percentuais, enquanto Alagoas (42,9%), Pernambuco (46,6%) e Rio Grande do Norte (47,2%) apresentaram os níveis de ocupação mais baixos.

Segundo Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, o segundo trimestre do ano historicamente é marcado por um aquecimento do mercado de trabalho devido à retomada do processo produtivo. Mas, em razão da crise, pelo segundo ano consecutivo, o período de abril a junho não dá trégua ao desemprego. "A expectativa era que menos unidades da federação tivessem recorde de desocupação, mas ocorreu o contrário devido ao aumento da procura por emprego, resultado da combinação da perda de trabalho com carteira com um mercado informal que já não absorve mais esses trabalhadores como antes", explica Azeredo.

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Fonte: Jornal do Comércio de Porto Alegre 


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