O secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Luís Rangel, afirmou nesta quinta-feira, 18, que a União Europeia (UE) enviará uma missão sanitária ao Brasil para avaliar as medidas tomadas para a mitigação do cancro cítrico em pomares.
A missão, que não tem ainda data definida para chegar ao País, ocorre após uma série de recusas de cargas de limão tahiti com cancro e a ameaça de embargo do bloco econômico às exportações de citros, como revelou nesta quarta-feira, 17, o
"Houve uma falha e um descontrole de lotes enviados no pico da safra, o que gerou a reclamação e, posteriormente, uma auditoria e uma série de medidas de mitigação tomadas pelo governo", disse Rangel. "Imagino que a União Europeia ficou chateada com tudo isso e aguardamos a missão no Brasil para mostrar que as medidas tomadas foram efetivas", completou o secretário, que acompanha o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, em visita à Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), na cidade mineira.
A ameaça de embargo da UE às frutas cítricas frescas ocorreu após o rechaço este ano de oito contêineres de limão com cancro cítrico, embarcados em Santos (SP) e que entrariam no bloco econômico pela Inglaterra.
A doença, uma das principais da citricultura, é comum no Estado de São Paulo, mas não existe na Europa e é considerada uma ameaça à produção do continente europeu, principalmente na Espanha e na Itália, maiores produtores locais de laranja e tangerina.
As exportações de limão tahiti e a UE praticamente dominam as vendas externas de frutas cítricas frescas do Brasil. Entre janeiro em julho deste ano, as exportações de limão movimentaram 68,58 mil toneladas e US$ 64,15 milhões, 84% do volume total de 81,70 mil toneladas de todos os citros comercializados e ainda 93% do faturamento, de US$ 68,73 milhões no período.
Para a União Europeia, foram exportadas 60,45 mil toneladas de limão tahiti, com uma receita de US$ 57,24 milhões nos primeiros sete meses de 2016.
Ainda segundo o secretário, a ameaça da UE atinge apenas as frutas frescas e não chegará ao suco de laranja brasileiro, que é processado antes de ser exportado e que movimenta cerca de US$ 2 bilhões de dólares em divisas anuais. "Para o suco não tem o menor risco", garantiu Rangel.
Fonte: Jornal do Comércio de Porto Alegre