Agricultura é terreno fértil para empresas chinesas

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As empresas agrícolas chinesas aumentaram sua presença no bem-sucedido mercado de produção e exportação de grãos do Brasil. A demanda do país asiático por soja e milho dá indícios de mais crescimento nos próximos dez anos.
 
Em uma das últimas aquisições, a Hunan Dakang Pasture Farming Co. Ltda., da Shanghai Pengxin Group Co., assumiu o controle da brasileira Fiagril Participações S.A., com a compra de 57% das ações da empresa familiar de grãos.
 
O negócio custou US$ 200 milhões e é o primeiro investimento direto em agricultura no Brasil por parte de uma empresa privada chinesa, segundo a Dakang.
 
A compra veio após uma série de fusões e acordos de aquisições no Brasil por empresas agrícolas chinesas, incluindo a China National Cereals, Oils and Foodstuffs Corp (COFCO).
 
A recente aquisição de ações majoritárias da trading holandesa Nidera Holdings e da unidade de agronegócios da Noble Group por parte da COFCO deu à empresa chinesa acesso a moinhos de açúcar e plataformas de produção de grãos no Brasil e na Argentina. A COFCO e suas parceiras asiáticas compraram 45% de toda a exportação de soja, milho e carne de soja em 2015.
 
Andrea Bertolini, conselheira de agricultura da embaixada do Brasil em Pequim, afirma que a agricultura brasileira sempre foi lucrativa, e que o investimento da China vem crescendo.
 
A China importou US$ 10,7 bilhões em produtos agrícolas brasileiros, ou cerca de 29,2% da exportação agrícola do Brasil, no primeiro trimestre deste ano, de acordo com Andrea.
 
Ma Haobo, analista da Soochow Securities, diz que o programa de aquisição da Dakang auxiliará em uma futura crescente demanda por grãos na China.
 
— A aquisição também pode ajudar a estimular a exportação da produção chinesa de materiais para o setor agrícola, como fertilizantes e pesticidas, para o Brasil — complementa.
 
Espera-se que a importação de grãos na China, especialmente de soja, continue a crescer nos próximos dez anos, chegando a 88,6 milhões de toneladas no ano de 2025 – em 2015, o número foi de 81,7 toneladas, segundo dados do Ministério da Agricultura.
 
Fonte: Jornal O Globo


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