Com a medida, marca vai deixar de colocar no mercado 125 toneladas por ano no mercado, além de 315 toneladas de sal; Perdigão também deve aderir a programa
SÃO PAULO - A Sadia, da BRF, anunciou na manhã desta segunda-feira, 22, a redução de 30% dos níveis de sódio em mais de 40 produtos da linha, o que representa cerca de 70% da sua carteira. A diretora de marketing da marca, Cecília Mondini, afirmou que a novidade é a continuidade de um movimento iniciado em 2014 pela empresa na busca por alimentos mais saudáveis e sustentáveis.
"A redução vai estar presente nos principais produtos, como presunto", afirmou Cecília durante a apresentação do projeto na manhã desta segunda-feira, em São Paulo.
A diretora de marketing afirmou que o investimento no projeto foi significativo, embora não tenha apresentado valores, e que teve início há um ano.
Foi necessário um longo processo para garantir o sabor e a conservação dos alimentos, com menos sódio, segundo o gerente de Pesquisa e Desenvolvimento, Fábio Bagnara.
"Parece simples reduzir sal, só que ele exerce funções importantes como realçar o sabor e ajudar na conservação", afirmou Bagnara. Para garantir essas características, a Sadia vai usar um substituto à base de proteína de carne.
A diretora de marketing da BRF, Ligia Gonçalves, disse que a Perdigão, também da empresa, deve seguir o mesmo caminho, embora não haja um prazo para isso.
Com a redução do sódio nos produtos selecionados, a Sadia vai deixar de colocar no mercado 125 toneladas de sódio por ano no mercado e 315 toneladas de sal.
A BRF é signatária de um acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Alimentos (Abia) para reduzir a quantidade de sódio nos alimentos.
Segundo o médico Drauzio Varela, também presente ao lançamento, atualmente os brasileiros consomem 12 gramas de sódio por dia, quando a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é de 5 gramas por dia - meta a ser atingida pela associação em 2025.
Segundo Varela, a cada 9 gramas de sal ingerido, o corpo humano retém cerca de 1 litro de água, dependendo da formação genética de cada pessoa. O uso exagerado do sódio pode provocar doenças, como a hipertensão, e a redução do uso poderia economizar milhões de reais em doenças prevalentes, segundo Varela.
"Não é possível dimensionar o impacto que isso vai gerar para a marca", afirmou Cecília. Ela ressaltou que o pioneirismo da iniciativa deve agregar valor à imagem da Sadia, que se mantém na liderança do mercado. "Esse movimento é muito mais pela manutenção da superioridade da marca."
Os executivos afirmaram, ainda, que o novo projeto não deve provocar impacto nos preço dos produtos aos consumidores e que os custos do projeto foram absorvidos pela empresa.
Fonte: Portal Estadão