Florianópolis - O plano de benefício definido do fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil (Previ) registrou superávit acumulado até agosto de R$ 2,531 bilhões, informou ontem o presidente da fundação, Gueitiro Matsuo Genso.
De acordo com ele, há chances de não haver necessidade de acionar contribuições extras do patrocinador (Banco do Brasil) e dos participantes para cobrir o déficit do ano passado, caso os ativos continuem se valorizando até o fim do ano. No entanto, a Previ prepara, junto com o órgão supervisor, o chamado plano de equacionamento para cobrir parcela do rombo de R$ 16,1 bilhões registrado pelo Plano de Benefícios 1 - o maior do País - em 2015.
Pela nova regra em vigor, o valor que patrocinadores e participantes são obrigados a desembolsar é calculado tendo por base apenas o que ultrapassar o limite do déficit. No caso do plano BD da Previ, esse valor é de R$ 2,9 bilhões. Corresponde ao que faltaria para o PB 1 pagar todos os benefícios previstos até o seu último participante vivo nas próximas décadas. São quase 24 mil participantes ativos e 92 mil recebendo benefícios (aposentados e pensionistas).
Nos últimos dois anos, o resultado do plano caiu de um superávit acumulado de R$ 25 bilhões em 2013 para um resultado positivo de R$ 12,5 bilhões em 2014.
De acordo com o presidente da Previ, a rentabilidade do plano de benefício definido fechou agosto em 12,64%, acima da mínima necessária para garantir a sustentabilidade do plano (9,6%). No Plano Novo, de contribuição variável, o retorno foi ainda maior, de 18,14%.
Questão conjuntural - “Esses resultados mostram que o que levou ao déficit de 2015 são questões conjunturais, não está ligado a mal feitos”, disse Genso, no congresso anual dos fundos de pensão, em Florianópolis Segundo ele, o rombo do ano passado está atrelado ao desempenho das ações na BM&FBovespa e de títulos públicos prefixados. O índice Bovespa subiu de 43 mil postos no fim de dezembro para 59 mil pontos em agosto.
No entanto, o cálculo deste ano não inclui variações dos papéis da mineradora Vale, um dos maiores investimentos da Previ. O fundo de pensão tem 15,61% de participação direta e indireta na mineradora. Em 2015, a Vale foi a empresa que mais perdeu valor de mercado no País.
Greenfield - Genso disse que a Previ tem uma governança de investimentos sólida, com critérios rigorosos. Ele defendeu os investimentos citados na Operação Greenfield, da Polícia Federal, que apura prejuízos da ordem de R$ 8 bilhões nos quatro maiores fundos patrocinados por estatais, além da Previ, Funcef (Caixa), Petros (Petrobras) e Postalis (Correios). O presidente da Previ disse que os investimentos eram justificáveis no momento em que foram feitos. (AE)
Fonte: Jornal Diário do Comércio de Minas