São Paulo - A atividade econômica ficou praticamente estável em julho, ao recuar 0,1% na comparação com junho, mas caiu 4,3% ante igual mês de 2015. É o que mostra o Produto Interno Bruto calculado pelo Itaú Unibanco (PIBIU).
Conforme levantamento divulgado ontem, a variação acumulada em 12 meses permaneceu em -4,9%, o maior recuo desde o início da série histórica (2003).
"O PIBIU de julho revelou uma estabilização nos últimos meses. Apesar disso, os indicadores coincidentes apontam para uma contração do PIB mensal em agosto, o que sugere uma nova contração do PIB [como medido pelas Contas Nacionais oficialmente pelo IBGE] no terceiro trimestre", comentou o economista do Itaú, Rodrigo Miyamoto, por meio de nota.
Por outro lado, o ministro interino do Planejamento, Dyogo Oliveira, afirmou ontem, durante audiência pública na Câmara, que o governo começa a perceber melhora nas expectativas sobre a economia brasileira.
Segundo ele, já há uma sensação de melhoria e a expectativa de inflação é menor do que as estimativas anteriores. "É importante pontuar que a situação é muito difícil, temos situação fiscal muito apertada, mas a economia começa a dar alguns sinais de recuperação que nos alegram e nos motivam para desafios que temos pela frente", disse durante sessão da Comissão Mista de Orçamento (CMO).
De forma semelhante, o ex-ministro da Fazenda e professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) Nelson Barbosa voltou a afirmar, também nesta terça-feira, que a economia brasileira deverá se estabilizar nos próximos meses sob o estímulo da manutenção da apreciação do câmbio, consequente desaceleração da inflação, recuo da taxa de juro real e flexibilização da política fiscal. Segundo Barbosa, agora é consenso essa previsão mercado, algo que ele já fazia no final do ano passado enquanto ministro da Fazenda. "Tendo a concordar com a maioria dos economistas de que o nível de atividade deve se estabilizar até o final do ano. Isso é o que a gente já falava no final do ano passado e agora é uma opinião cada vez mais consensual, disse, ponderando, no entanto, que estabilização não é recuperação.
"Vai se estabilizar porque vai ter os efeitos expansionistas da apreciação do real e os efeitos expansionistas da queda da taxa de juro real mais a flexibilização fiscal", afirmou.
Barbosa lembrou que a taxa real de câmbio depreciou 44% da eleição até setembro de 2015. A partir de setembro do ano passado, houve uma apreciação de 33%, que quase que zerou a desvalorização.
Na taxa de juro, o pico da taxa real foi em setembro de 2015, quando chegou a 8,6%. Desde então já caiu 1,5 ponto percentual, para 7,1%.
Fonte: DCI