Brasileiro conhece pelo menos seis desempregados

Leia em 2min 40s

Levantamento da agência Ipsos para a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) diz que número chega a sete entre as classes D e E; marca é a maior em mais de seis anos


Cada brasileiro tem contato hoje com mais de seis pessoas que estão desempregadas, entre parentes, amigos e conhecidos. Essa é a maior marca em mais de seis anos, quando a agência de pesquisas Ipsos começou a apurar o Índice Nacional de Confiança do Consumidor (INC) a pedido da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), em janeiro de 2010.

O número de conhecidos desempregados passa de sete entre as classes de menor renda, D e E, e na região Sudeste do País, que concentra boa parte da indústria, que foi muito afetada pela crise. "Esse é o índice de desemprego que o próprio cidadão comum faz", observa o economista da ACSP, Emílio Alfieri. Ele pondera que o resultado é coerente com o número recorde de desempregados que chega a 12 milhões de trabalhadores no País.

Um resultado tão negativo, que supera de longe o de setembro do ano passado, quando cada cidadão conhecia um pouco mais do que quatro desempregados, mantém  a insegurança em relação ao emprego em níveis elevados. De acordo com a pesquisa, que ouviu 1.200 pessoas em todas as regiões do País na primeira quinzena do mês passado, 52% deles se declararam inseguros com o seu emprego e de seus familiares comparado com seis meses atrás. Essa é a mesma marca registrada em agosto deste ano.

Compras. A realidade do desemprego entre amigos e conhecidos e o temor de perder o emprego amplia a cautela nas intenções de compras. Em setembro, 64% dos entrevistados se declararam pouco à vontade em relação a seis meses atrás de levar para casa produtos de valor elevado, como geladeira, fogão ou lavadora, e 69% não estavam dispostos a assumir financiamentos para adquirir casa ou carro.

A cautela nas compras também apareceu no resultado de vendas de setembro na cidade de São Paulo. No mês passado, entre as consultas para vendas a prazo e à vista, o volume de negócios foi 7,8% menor comparado com o de setembro do ano passado.

Apesar da retração, o economista da ACSP pondera que a queda é menor do que a acumulada no primeiro semestre, de 11,1% , e também a acumulada no ano, de 9,9%. "O ritmo de retração das vendas está se reduzindo mês a mês", observa.

Parte dessa desaceleração ocorre por causa da base de comparação fraca, que é setembro do ano passado. Outra parte ocorre porque, apesar de o cenário atual da economia ainda ser ruim, a confiança do brasileiro está melhorando por conta das expectativas mais favoráveis em relação ao futuro.

No mês passado, o Índice Nacional de Confiança do Consumidor atingiu 74 pontos, com alta de seis pontos em relação a agosto, mas cinco pontos abaixo ante setembro do ano passado. Alfieri ressalta que o indicador varia entre zero e 200 pontos e que abaixo de 100 pontos o terreno ainda é negativo. "Por enquanto o que existe é a expectativa que vai melhorar", diz o economista.

fonte: Jornal O Estado de São Paulo


Veja também

Previdência: Ofensiva pelas reformas

Temer alerta que, sem PEC do teto de gastos e da Previdência, país pode ir à falência  P...

Veja mais
Preço de frutas sobe menos, e inflação pelo IPC-S perde força

Alimentos, em geral, ficaram mais baratos no final de setembro, diz FGV.Índice acumula alta de 5,29% no ano e, de...

Veja mais
Desemprego atinge 12 milhões de brasileiros

Número recorde representa uma taxa de 11,8% de desocupados no país, também a mais alta já re...

Veja mais
A Ourolux aposta em luminárias para enfrentar a Philips

A empresa paulista de lâmpadas Ourolux vai apostar em produtos de valor agregado. Líder no segmento de LED,...

Veja mais
IPO do Carrefour já está acertado e pode levantar R$ 10 bilhões, diz jornal

Segundo a publicação, o presidente do Carrefour e o presidente do Credit Suisse já acertaram que o ...

Veja mais
Só 51,8% vão presentear no Dia das Crianças em BH

Fecomércio aponta que 55% dos consumidores da Capital compraram em 2015  O apelo emocional é forte, ...

Veja mais
Queda nas contratações de trabalho no Brasil já teve o seu pior momento

Neste Natal, admissões temporárias devem recuar 3%, para 101 mil, enquanto em igual período de 2015...

Veja mais
Reforma prevê que idade mínima para aposentar tenha ‘gatilho’

Exigência inicial será de 65 anos, mas subirá com maior expectativa de vida  -BRASÍLIA-...

Veja mais
Desemprego fica em 11,8% no trimestre encerrado em agosto

É a maior taxa da série da Pnad, que começou no 1º trimestre de 2012.Número de desocupa...

Veja mais