Entre janeiro e setembro os embarques de Minas somaram US$ 5,3 bilhões e as importações, US$ 358 mil
Mesmo exportando um volume 21,6% maior entre janeiro e setembro de 2016, frente a igual período de 2015, o faturamento gerado com os embarques dos produtos oriundos da atividade agropecuária de Minas Gerais, US$ 5,3 bilhões, recuou 2,1%.
O impacto negativo veio do preço médio da tonelada, que caiu 19,48% nos primeiros nove meses do ano e encerrou o período em US$ 752. O café, principal produto do agronegócio estadual, registrou alta de 5,6% no volume embarcado e queda de 12,7% no faturamento. O destaque positivo foi o complexo soja, cujo faturamento cresceu 6,4% e o volume embarcado evoluiu 14,8%.
“Com o resultado, a participação do agronegócio nas exportações totais do Estado passou para 34%, ante o índice de 33% registrado em igual período do ano anterior”, disse o superintendente de Política e Economia Agrícola da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), João Ricardo Albanez.
No período, as importações do agronegócio cresceram 11,77% em valor, que alcançou US$ 358,4 mil. O volume de produtos importados ficou 19,99% superior, com 6,8 milhões de toneladas.
O superávit gerado com as exportações do agronegócio foi de US$ 5 bilhões, valor 2,91% inferior ao registrado em igual intervalo de 2015. O montante representa 48,62% do saldo registrado na balança comercial do Estado, que foi de US$ 10,9 bilhões.
Café - As exportações de café movimentaram US$ 2,35 bilhões, retração de 12,7% frente aos US$ 2,69 bilhões registrados no intervalo anterior. Ao todo, foram exportadas 914,2 mil toneladas, alta de 5,6%. O produto responde por 43,6% dos embarques do agronegócio.
O assessor especial de Café da Seapa, Niwton Castro Moraes, explica que o maior volume de café exportado se deve à necessidade de recompor os estoques do produto no mundo. O faturamento não aumentou em virtude da valorização do real frente ao dólar e da queda nos preços da tonelada, que estavam bem acima da média esperada pelo mercado mundial. O valor da tonelada de café recuou dos US$ 3,1 mil em 2015, para US$ 2,5 mil atuais, queda de 19,35%.
“Vale citar que o valor médio da tonelada, em dólar, recuou após o entendimento do mercado de que o preço em vigência estava muito alto, em função das perdas ocasionadas pelo clima nas duas últimas safras. O valor atual da tonelada está em níveis considerados normais e devem permanecer neste patamar pelos próximos dois anos, variando apenas com a correção da inflação”, explicou.
Soja - As exportações do complexo soja somaram US$ 887 milhões, aumento de 6,4%. Ao todo foram embarcadas 2,38 mil toneladas, variação positiva de 14,8%. O grupo responde por 16,4% dos embarques do setor. Somente as negociações da soja em grãos movimentaram US$ 832 milhões, crescimento de 11,5%. O volume exportado, 2,26 milhões de toneladas, aumentou 18,4%.
Minas Gerais exportou 921 mil toneladas de produtos florestais, volume 9,5% superior ao negociado anteriormente. O faturamento atingiu US$ 393,3 milhões, queda de 6,3%.
Carnes - No grupo das carnes, as exportações ficaram estáveis em valor e cresceram 10,7% em volume, movimentando US$ 590 milhões com a exportação de 275,1 mil toneladas.
O volume de carne bovina exportada caiu 1%, sendo destinadas ao mercado internacional 70,8 mil toneladas. O faturamento ficou em US$ 269,1 milhões, queda de 7,7%.
O desempenho da carne suína foi positivo. Foram exportadas 16,5 mil toneladas do produto, alta de 62%. Os embarques movimentaram US$ 29,2 milhões, aumento de 39,2%.
Já as exportações de carne de frango cresceram 3,7% em faturamento, US$ 239,9 milhões, e 13,6% em volume, com o embarque de 167,6 mil toneladas.
Veículo: Diário do Comércio - MG