De janeiro a novembro a receita gerada pelo agronegócio mineiro chegou a US$ 6,7 bilhões, queda de 0,2%
O melhor desempenho das exportações de café e do setor sucroalcooleiro está contribuindo para a redução da queda observada no faturamento das exportações do agronegócio de Minas Gerais. Nos 11 primeiros meses de 2016, a receita gerada com as negociações com o exterior rendeu ao Estado US$ 6,70 bilhões, pequena queda de 0,2% sobre o valor movimentado em igual período de 2015, quando as exportações somaram US$ 6,71 bilhões. Os embarques do agronegócio respondem por 34% do volume total exportado pelo Estado e por 45% do saldo da balança comercial.
Entre janeiro e novembro foram exportados 8,36 milhões de toneladas de produtos agrícolas e pecuários, um avanço de 14,2%. Em relação ao preço médio da tonelada US$ 801, foi verificada retração de 12,6%. "A perspectiva é encerrar o ano com valor exportado semelhante a 2015. Estamos com diferença muito pequena no faturamento dos 11 meses e crescimento em volume. Fica evidente que os produtos desvalorizaram no mercado internacional, fazendo com que vendêssemos mais volume por um preço menor. É importante ressaltar que o agronegócio representa 34% das exportações em Minas Gerais e que responde por 45% do saldo da balança comercial, contribuindo positivamente para a economia estadual", disse o superintendente de Política e Economia Agrícola da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), João Ricardo Albanez.
A balança comercial do agronegócio encerrou os 11 primeiros meses de 2016 com superávit de US$ 6,2 bilhões. Os principais parceiros comerciais do Estado são a China, com participação de 15,6% do valor total exportado, seguida pelos Estados Unidos (11,1%), Alemanha (10,4%) e Itália (5,6%). Juntos, os países respondem por 43% das exportações do agronegócio mineiro. O café continua sendo o principal produto da pauta exportadora, respondendo por 46,7%. No acumulado dos 11 meses, as exportações do grão movimentaram US$ 3,1 bilhões, queda de 6,4% frente a igual período anterior. Até outubro, os embarques de café acumulavam queda de 10% no faturamento. O volume destinado ao mercado internacional aumentou 5,7% somando 1,18 milhão de toneladas.
Diversificação - O setor sucroalcooleiro vem se destacando positivamente e passou a ocupar o segundo lugar no ranking dos produtos mais exportados, ultrapassando o complexo soja. Entre janeiro e novembro, as exportações do segmento somaram US$ 1,07 bilhão, aumento de 49,1%. Os embarques alcançaram 3 milhões de toneladas, alta de 34%. O setor responde por 16,1% das exportações do agronegócio. O bom de desempenho se deve ao açúcar, que está com demanda e preços aquecidos no mercado internacional. Somente as exportações de açúcar movimentaram US$ 1,04 bilhão, com a negociação de 2,9 milhões de toneladas.
"É interessante relatar a questão da diminuição da participação do café, tendo em vista que outros produtos estão ganhando espaço no mercado internacional. Mesmo que ficarmos centralizados café, o setor sucroalcooleiro, o complexo soja, as carnes e os produtos florestais têm conseguido maior participação, o que é bom para a diversificação".
Albanez destaca que em 2015, 50,2% dos produtos exportados eram café e derivados e, neste ano, o setor cafeeiro está com 46,7% de participação, o que é positivo pela ampliação da pauta.
No complexo soja o faturamento gerado pelos embarques cresceu 5,5% com receita de US$ 905 milhões. Foram exportadas 2,41 milhões de toneladas, alta de 13,1%. Somente a comercialização da soja em grão rendeu US$ 838,2 milhões, alta de 10%. Em volume o crescimento ficou em 16,6%, com o embarque de 2,28 milhões de toneladas.
Fonte: Diário do Comércio de Minas