Consolidação da entrega em domicílio fez com que empresas como a PedidosJá, SpoonRockets e UberEats investissem em novidades para cair nas graças tanto do cliente, quanto do restaurante
São Paulo - Com a entrada recente de players como o UberEats e a SpoonRockets a competição entre as plataformas de delivery cresceu este ano, com a 'briga' pelo consumidor se acirrando ainda mais. Nesse cenário, a disputa será centrada em um aspecto: quem consegue oferecer ao cliente a melhor experiência de compra. "Nosso foco em 2017 será a fidelização do cliente. Queremos oferecer a melhor experiência possível, tanto para o consumidor quanto para os restaurantes cadastrados", diz a gerente comercial da PedidosJá, Bruna Rebello.
Nesse sentido, uma das apostas da plataforma, que surgiu em 2010, será a possibilidade do usuário realizar o pagamento diretamente do aplicativo. A funcionalidade, que entrou no ar em novembro do ano passado, já está disponível em aproximadamente dois mil restaurantes. O objetivo é que até o final deste ano ela esteja funcionando em toda a plataforma. "Além de oferecer uma maior praticidade, e ajudar na fidelização do consumidor, para o restaurante também é positivo porque elimina o risco de algum problema relacionado ao pagamento. Os dois lados ganham", diz. Ainda no âmbito da melhoria da experiência outras apostas para este ano serão: projetos de descontos, programas de fidelidade e melhorias no layout e na navegabilidade da plataforma.
A PedidosJá trabalhará também na atração de novos restaurantes. Atualmente, a empresa possui cerca de 6.500 marcas em sua base. "Esperamos crescer este ano no mínimo 15% em número de restaurantes cadastrados", afirma Bruna. De acordo com ela, em 2016 ingressaram na plataforma apenas 300 novas redes, o que ela considera um número baixo. "Não tivemos um crescimento significativo porque na crise muitos restaurantes fecharam as portas. Em 2017 já esperamos que a economia melhore e que o número de fechamentos diminua." Em relação ao número de pedidos, a executiva afirma que houve um incremento de cerca de 220% em 2016, em relação ao ano anterior.
Novos entrantes
A SpoonRockets, que pertence ao iFood e foi lançada no Brasil em setembro do ano passado, surgiu justamente com o intuito de oferecer uma melhor experiência. "O principal benefício da plataforma está ligado a logística. Através de um algoritmo conseguimos otimizar a eficiência e realizar uma entrega mais rápida para o cliente", afirma o CEO da empresa, Roberto Gandolfo. De acordo com ele, o tempo médio de entrega é de 35 minutos.
Ele explica que há três fatores que garantem a maior agilidade na entrega: "O algoritmo, que testa as hipóteses de entrega e decide qual o melhor entregador para cada pedido; a curadoria que fazemos no cardápio, evitando pratos com um tempo longo de preparo; e a escolha de restaurantes que estejam próximos do cliente." Ainda a respeito da experiência do usuário, Gandolfo afirma que outro diferencial da plataforma é o fato do usuário conseguir acompanhar o percurso da entrega em tempo real, através do aplicativo.
A plataforma UberEats, que surgiu em dezembro do ano passado, também aposta nesses benefícios para atrair o consumidor. Assim como a SpoonRockets, a empresa permite o acompanhamento em tempo real e possui um prazo de entrega médio abaixo do mercado, de 30 minutos. "Percebemos que havia um interesse [do cliente] de que aparecesse uma nova plataforma de delivery", diz a porta voz da UberEats, Gabriela Manzini.
Sobre as taxas cobradas, Gandolfo, da SpoonRockets, diz que há uma comissão de 27% sobre as vendas (que já engloba os serviços de logística), e uma taxa mensal de R$ 130. "Cobramos uma taxa inferior ao da nossa concorrente (o UberEats). Eles cobram 30% de comissão, e uma taxa de ativação do restaurante", diz.
O executivo acrescenta que no ano passado a empresa fechou com uma média de 60 mil pedidos por mês e que a meta para este ano é subir para 300 mil. "Queremos crescer também no número de restaurantes. Hoje temos 400 em São Paulo, 100 no Rio de Janeiro e 30 em Curtiba. Queremos chegar a 3 mil até o final de 2017." De acordo com ele, a empresa pretende também expandir as regiões de atuação. "Em no máximo um mês vamos abrir em mais duas cidades, e a ideia é focar nas grandes metrópoles", finaliza.
Restaurante
Um dos restaurantes que tem negociado com as plataformas é a Dídio Pizza, que já opera através do iFood. De acordo com o dono da rede, Elídio Biazini, a principal vantagem do modelo é a visibilidade. "É uma praça de alimentação, e mais um canal de exposição da marca", afirma. O restaurante, que trabalha apenas com delivery, atua também através de um aplicativo próprio e da venda por telefone. "O iFood representa 10% das vendas, o app 20%, e o restante ainda é por telefone", ressalta. Segundo ele, a perspectiva é de que as vendas on-line passem a representar 50% do total até o final de 2018.
Pedro Arbex
Fonte: DCI - São Paulo