Competição cresce e desafio dos apps de delivery é de melhorar experiência

Leia em 4min 30s


 
Consolidação da entrega em domicílio fez com que empresas como a PedidosJá, SpoonRockets e UberEats investissem em novidades para cair nas graças tanto do cliente, quanto do restaurante

 


 
São Paulo - Com a entrada recente de players como o UberEats e a SpoonRockets a competição entre as plataformas de delivery cresceu este ano, com a 'briga' pelo consumidor se acirrando ainda mais. Nesse cenário, a disputa será centrada em um aspecto: quem consegue oferecer ao cliente a melhor experiência de compra. "Nosso foco em 2017 será a fidelização do cliente. Queremos oferecer a melhor experiência possível, tanto para o consumidor quanto para os restaurantes cadastrados", diz a gerente comercial da PedidosJá, Bruna Rebello.


Nesse sentido, uma das apostas da plataforma, que surgiu em 2010, será a possibilidade do usuário realizar o pagamento diretamente do aplicativo. A funcionalidade, que entrou no ar em novembro do ano passado, já está disponível em aproximadamente dois mil restaurantes. O objetivo é que até o final deste ano ela esteja funcionando em toda a plataforma. "Além de oferecer uma maior praticidade, e ajudar na fidelização do consumidor, para o restaurante também é positivo porque elimina o risco de algum problema relacionado ao pagamento. Os dois lados ganham", diz. Ainda no âmbito da melhoria da experiência outras apostas para este ano serão: projetos de descontos, programas de fidelidade e melhorias no layout e na navegabilidade da plataforma.


A PedidosJá trabalhará também na atração de novos restaurantes. Atualmente, a empresa possui cerca de 6.500 marcas em sua base. "Esperamos crescer este ano no mínimo 15% em número de restaurantes cadastrados", afirma Bruna. De acordo com ela, em 2016 ingressaram na plataforma apenas 300 novas redes, o que ela considera um número baixo. "Não tivemos um crescimento significativo porque na crise muitos restaurantes fecharam as portas. Em 2017 já esperamos que a economia melhore e que o número de fechamentos diminua." Em relação ao número de pedidos, a executiva afirma que houve um incremento de cerca de 220% em 2016, em relação ao ano anterior.

 


Novos entrantes
A SpoonRockets, que pertence ao iFood e foi lançada no Brasil em setembro do ano passado, surgiu justamente com o intuito de oferecer uma melhor experiência. "O principal benefício da plataforma está ligado a logística. Através de um algoritmo conseguimos otimizar a eficiência e realizar uma entrega mais rápida para o cliente", afirma o CEO da empresa, Roberto Gandolfo. De acordo com ele, o tempo médio de entrega é de 35 minutos.


Ele explica que há três fatores que garantem a maior agilidade na entrega: "O algoritmo, que testa as hipóteses de entrega e decide qual o melhor entregador para cada pedido; a curadoria que fazemos no cardápio, evitando pratos com um tempo longo de preparo; e a escolha de restaurantes que estejam próximos do cliente." Ainda a respeito da experiência do usuário, Gandolfo afirma que outro diferencial da plataforma é o fato do usuário conseguir acompanhar o percurso da entrega em tempo real, através do aplicativo.


A plataforma UberEats, que surgiu em dezembro do ano passado, também aposta nesses benefícios para atrair o consumidor. Assim como a SpoonRockets, a empresa permite o acompanhamento em tempo real e possui um prazo de entrega médio abaixo do mercado, de 30 minutos. "Percebemos que havia um interesse [do cliente] de que aparecesse uma nova plataforma de delivery", diz a porta voz da UberEats, Gabriela Manzini.


Sobre as taxas cobradas, Gandolfo, da SpoonRockets, diz que há uma comissão de 27% sobre as vendas (que já engloba os serviços de logística), e uma taxa mensal de R$ 130. "Cobramos uma taxa inferior ao da nossa concorrente (o UberEats). Eles cobram 30% de comissão, e uma taxa de ativação do restaurante", diz.


O executivo acrescenta que no ano passado a empresa fechou com uma média de 60 mil pedidos por mês e que a meta para este ano é subir para 300 mil. "Queremos crescer também no número de restaurantes. Hoje temos 400 em São Paulo, 100 no Rio de Janeiro e 30 em Curtiba. Queremos chegar a 3 mil até o final de 2017." De acordo com ele, a empresa pretende também expandir as regiões de atuação. "Em no máximo um mês vamos abrir em mais duas cidades, e a ideia é focar nas grandes metrópoles", finaliza.

 


Restaurante
Um dos restaurantes que tem negociado com as plataformas é a Dídio Pizza, que já opera através do iFood. De acordo com o dono da rede, Elídio Biazini, a principal vantagem do modelo é a visibilidade. "É uma praça de alimentação, e mais um canal de exposição da marca", afirma. O restaurante, que trabalha apenas com delivery, atua também através de um aplicativo próprio e da venda por telefone. "O iFood representa 10% das vendas, o app 20%, e o restante ainda é por telefone", ressalta. Segundo ele, a perspectiva é de que as vendas on-line passem a representar 50% do total até o final de 2018.


Pedro Arbex


Fonte: DCI - São Paulo

 

 


Veja também

Empresas do setor têxtil preveem retomada lenta

 Após três anos consecutivos de quedas, o setor têxtil e de confecção terá ...

Veja mais
Lucro da Whirlpool tem estabilidade

 - A Whirlpool, maior fabricante global de eletrodomésticos, afirmou que seu lucro no quarto trimestre perma...

Veja mais
CEPEA: Preço do algodão sobe em janeiro devido a oferta baixa

 - Os preços do algodão no mercado brasileiro têm avançado em janeiro, sustentados pela ...

Veja mais
Crise reduziu venda de peças de roupa em 600 milhões em 2016

Indústria diminuiu sua produção em 6,7%, mas vê início de recuperação &...

Veja mais
Indústria aposta em nichos para intolerante alimentar e alérgicos

Apelo saudável. No disputado mercado que movimenta mais de R$ 93 bilhões no País, empresas investem...

Veja mais
Companhia holandesa de café JDE compra marcas da brasileira Cacique

  SÃO PAULO - A Jacobs Douwe Egberts (JDE), uma companhia global sediada na Holanda dedicada à venda...

Veja mais
Mercado de PCs entra no 6º ano de retração

Queda de 6,1% na demanda se dá em um momento em que o cliente prefere trocar o celular que o computador   ...

Veja mais
Kitano faz recall de páprica contaminada por bolor

A marca Kitano, maior fabricante de temperos do país, iniciou o recolhimento de embalagens de páprica, dos...

Veja mais
Linha Branca: Setor tem queda pelo 4º ano seguido

 - As vendas de fogões, geladeiras e lavadoras da indústria para o comércio deram marcha &agra...

Veja mais