Após três anos consecutivos de quedas, o setor têxtil e de confecção terá uma pequena recuperação em 2017, com melhora na produção, nas vendas e nas exportações, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit).
Fernando Pimentel, presidente da Abit, disse que as perspectivas de inflação mais baixa, câmbio mais estável e pequeno crescimento no Produto Interno Bruto (PIB) devem favorecer a retomada do crescimento do setor. "Não ouvimos reclamações das empresas em relação ao clima. O calor tem favorecido o setor nas cidades litorâneas", acrescentou Pimentel.Segundo o executivo, as chuvas atrapalham as vendas na região metropolitana de São Paulo, que responde por 12,5% do consumo de vestuário no país.
A Abit prevê para o ano aumento de 1% na produção de vestuário, incremento de 2% nas vendas do varejo de vestuário, e alta de 10% nas importações. Renato Jardim, superintendente de políticas industriais da Abit, disse que o consumo de vestuário neste ano deve aumentar em 120 milhões de peças, chegando a 6,12 bilhões de unidades. Desse volume adicional, entre 50 milhões e 60 milhões serão peças importadas e o restante será de produção nacional.
A Abit também espera melhora no desempenho do setor com a recente aprovação do uso do Cartão BNDES pelo varejo de vestuário para compra de produtos das confecções. Os compradores terão financiamento de até 48 meses e as confecções receberão o recurso em cerca de 30 dias. No primeiro momento, 8 mil confecções poderão usar esse financiamento na venda de peças ao varejo. "A ferramenta vai ajudar nas transações entre indústria e varejo", disse Pimentel.
O cartão BNDES está disponível para empresas com receita anual de até R$ 300 milhões. Até 2016, o cartão valia para empresas com receita de até R$ 90 milhões por ano. A expectativa da Abit é que o setor movimente neste ano R$ 2,67 bilhões com o cartão BNDES. O financiamento também será válido para venda de uniformes e equipamentos de segurança para o varejo. A Abit estima que a categoria movimentará R$ 1,71 bilhão em negócios com o cartão neste ano.
Por Cibelle Bouças | De São Paulo
Fonte: Valor Econômico