Embarques mais fracos de minério de ferro e soja prejudicaram os resultados de alguns estados, mas o avanço previsto para as negociações desses produtos deve fortalecer as regiões produtoras
São Paulo - Nove estados do Brasil ampliaram suas exportações no ano passado. Em São Paulo, foi o avanço dos embarques de açúcar que possibilitou o aumento da receita. As estatísticas são do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic). O crescimento de 1,4% das vendas paulistas veio graças à principal mercadoria exportada no estado. Com o recuo da oferta de açúcar no mundo, o preço e a demanda pelo produto subiram, o que causou uma alta de 56% nos ganhos de São Paulo com a exportação do item.
Um aumento maior foi registrado nos embarques pernambucanos, que avançaram 35,5% ante 2015. No estado nordestino, o destaque foi a venda de combustíveis. "Como o consumo interno do óleo caiu, o excedente acabou exportado pelo Porto de Suape", explica José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). Já o crescimento de 0,9% nos embarques do Rio de Janeiro foi causado pelo aumento das vendas de plataformas para exploração de petróleo e de automóveis. No Pará, a evolução do volume exportado de minério de ferro superou a queda do preço do produto no mercado internacional. Com isso, os embarques locais tiveram alta de 2,3% em 2016.
Reversão em 2017
Em Minas Gerais, por outro lado, o avanço da quantidade exportada do minério não foi suficiente para compensar as perdas de outras mercadorias, como o café. Assim, a receita com as vendas internacionais caiu 0,4%. Também foi registrada queda, de 33,6%, no Espírito Santo, com diminuições no volume e no valor dos embarques de minério de ferro, principal item vendido no estado. Segundo Castro, a situação dos estados exportadores de minério deve mudar neste ano. Com a valorização estimada para o produto, as vendas paraenses, mineiras e capixabas devem subir neste ano.
A reversão também deve ser vista pelos estados que vendem soja, afirma Castro. Depois da quebra de safra do ano passado, é esperada produção recorde em 2017. O grão é o item mais exportado no estado do Piauí. Com os problemas na colheita de 2016, a receita com a venda de soja caiu 66%. Esse foi principal motivo do recuo de 56,5% dos embarques do estado. Situação parecida foi vista no Mato Grosso do Sul. A venda do grão caiu 20,6%, no ano passado, causando uma diminuição de 14% no rendimento das exportações.
Em queda
Os embarques brasileiros recuaram 3,1%, em 2016, para US$ 185,2 bilhões. Em 2015 também houve diminuição das vendas (-15,1%, para US$ 191,1 bilhões). Naquele ano, apenas oito estados ampliaram suas exportações. O último aumento dos embarques foi marcado em 2011: um crescimento de 26,8%, para US$ 256 bilhões. Só três estados reduziram suas vendas naquele ano. De acordo com especialistas consultados pelo DCI, uma provável valorização das commodities, em 2017, pode trazer o primeiro avanço das exportações em seis anos.
Fonte: DCI - São Paulo