O ano de 2017 começou com maior gasto do consumidor ao encher o carrinho de compras no supermercado. Em janeiro, a cesta básica encareceu R$ 20,27 no Grande ABC, alta de 3,74% frente a dezembro. Para levar para casa conjunto de 34 itens de primeira necessidade, portanto, é preciso desembolsar, em média, R$ 561,61.
Em comparação com janeiro do ano passado, quando a cesta custava R$ 532,16, houve alta de 5,75%, equivalente a R$ 29,45. O levantamento é realizado pela Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André). Os itens pesquisados são os de menor valor disponível, baseados no consumo de família com quatro pessoas (duas famílias e duas crianças) por período de 30 dias.
A maior alta do mês foi verificada na margarina, com incremento de 40%, para R$ 4,07 o pote de 500 gramas. O aumento se deveu ao estoque menor pós-festas de fim de ano. No entanto, os produtos que mais pesaram no bolso, por comporem a mesa do brasileiro e serem consumidos em maiores quantidades, foram o arroz e o leite. O cereal aumentou 7,44% e passou a custar, em média, R$ 12,71 o pacote de cinco quilos. A embalagem de um litro da bebida encareceu 6,99%, para R$ 2,45.
Segundo o engenheiro agrônomo da Craisa e coordenador do levantamento, Fábio Vezzá De Benedetto, o arroz ficou mais caro porque a nova safra ainda não começou. “A primeira colheita do arroz sairá na segunda quinzena de fevereiro. Atualmente, o estoque se encontra escasso, em razão da oferta menor, o que puxa para cima os preços”, explica. Já o encarecimento do leite, de acordo com De Benedetto, se deve ao retorno às aulas, quando o consumo é maior. Em todos os casos, a lei da oferta e da procura influenciou no valor da etiqueta.
MAIS BARATO - Em contrapartida, os itens que apresentaram a maior queda foram a batata, com redução de 38%, que levou o custo do quilo a R$ 1,97, e o feijão-carioca, que caiu 18%, para R$ 4,59 o quilo.
Segundo De Benedetto, o preço da batata contraria todas as expectativas, já que, em tempos de chuva, o solo fica encharcado, o que acaba comprometendo os tubérculos. “O barateamento nos surpreende porque é justamente nesse período que ela costuma encarecer bastante. Provavelmente a diminuição da demanda pelo produto, devido ao calor, influenciou.”
Quanto ao feijão, o fato de ter chegado a custar R$ 15 no ano passado estimulou o plantio, e resultou em grande quantidade nas prateleiras. “É uma conta simples. Quando a oferta aumenta, o preço cai. O grão só estava caro porque rendia pouco para os agricultores, agora que voltaram a plantar e vender, a tendência é de queda.”
O custo da banana baixou 8%, mas o quilo ainda sai por R$ 5,07 – ele chegou a R$ 8 entre o fim do ano passado e início deste. Para o especialista, o tempo quente vai seguir contribuindo para baixar o valor.
Gabriel Russini, Especial para o Diário
Fonte: Diário do Grande ABC