Carolina Hickmann
Com a atual situação econômica, a pesquisa de preços de materiais escolares é, mais do que nunca, imprescindível. É o que os pais fazem em busca de itens mais baratos. Mas uma parcela dos consumidores da Capital opta por confiar nos preços da Feira do Material Escolar promovida pela prefeitura de Porto Alegre, que acontece na Praça da Alfândega. A promessa é de produtos mais em conta, com kits básicos a R$ 14,40. A feira vai até o dia 4 de março.
Atrás de caderno e tinta guache para a filha Liliam, que cursa a 3ª série do Ensino Fundamental, José Leal Teixeira e Maria Terezinha da Silva foram direto à feira. "Compramos aqui no ano passado e, como gostamos dos preços acessíveis, voltamos sem pesquisar", comenta o pai, que encontrou uma boa variedade de marcas.
A tinta guache escolhida pela família é um dos produtos da lista repassada pela escola. A opção foi pela marca Piratininga, comprada por R$ 1,98. Nas demais papelarias do Centro Histórico, o mesmo produto não foi encontrado pela reportagem. A maioria das lojas contava apenas com a tinta Acrilex, no valor de R$ 2,49. O diretor executivo do Procon Porto Alegre, Cauê Vieira, explica que os consumidores estão preferindo produtos de menor valor agregado ou sem licenciamento de personagens infantis. "A busca é por marcas genéricas para ter uma economia sensível."
O kit básico da feira segue sendo o seu carro-chefe. Por menos de R$ 15,00 é possível sanar as principais necessidades dos estudantes. O kit do Ensino Médio leva cadernos e canetas, enquanto o do Ensino Fundamental é composto por giz de cera, massa de modelar e outros produtos específicos para esse período do aprendizado.
Em 2016, foram vendidos 2,7 mil kits, e a expectativa para este ano é de aumento desse número. O gerente de uma das distribuidoras que compõem a feira, João Batista Carvalho, relata o aumento das vendas. "Nesses cinco primeiros dias, tivemos um aumento de quase 20% em relação ao mesmo período de vendas do ano anterior", conta. Sua expectativa é de que a média se mantenha.
Alguns itens encontrados na feira, no entanto, registravam os mesmos valores de papelarias do Centro Histórico. Como a caneta Stabilo, a Bic cristal e o pacote de A4 da marca Seninha, encontrados por R$ 6,90, R$ 1,25 e R$ 3,98, respectivamente. Essa é uma das constatações da consumidora Míriam Vaz, que estava na feira atrás de materiais para seu filho Joaquim. "Alguns locais tabelam os preços dos produtos, até com os centavinhos iguais", relata.
Míriam era uma das que estava pesquisando e negociando preços. "Como professora, isso é mais necessário do que nunca", comenta a servidora da prefeitura de Viamão. Ela alerta que a diferença de valores de uma loja para outra pode variar consideravelmente e ser mais elevada nos itens mais caros, como cadernos e estojos.
A professora lembra que o famoso "chorinho" na hora do pagamento ainda vale. As novas regras permitem que os valores cobrados pelo mesmo produto sejam diferentes em dinheiro vivo ou nos cartões, desde que haja sinalização da distinção de valores.
A estudante do 7º ano, Izabella Redin Altmann, foi com o pai à feira, mas foi ela quem consultou preços. "Dei uma procurada antes de vir, mas acho que está meio igual", relata. Preocupada com a questão econômica, Izabella elencou os itens que seriam reaproveitados do ano passado antes de sair de casa. Mesmo assim, seu pai, Claus Altmann, espera gastar entre R$ 200,00 e R$ 300,00 com a volta às aulas da filha.
Fonte: Jornal do Comércio - Porto Alegre