Depois de investir R$ 120 milhões para retornar ao setor de laticínios com uma planta com capacidade para processar 1 milhão de litros de leite por dia que será inaugurada até o início de outubro em Cruz Alta (RS), a Cooperativa Central Gaúcha Ltda. (CCGL) já prepara a segunda fase do projeto com um novo aporte de R$ 124 milhões.
A previsão é que a segunda linha, destinada à produção de queijos e soro de leite em pó, comece a operar em 2011, disse ontem o vice-presidente da empresa, Darci Hartmann.
Conforme Hartmann, a fábrica que entrará em funcionamento dentro de 20 a 30 dias começou a ser construída em 2006 e vai produzir leite em pó para os mercados interno e externo.
Hoje as 37 cooperativas associadas à CCGL já captam de 350 mil a 400 mil litros por dia dos produtores afiliados e a meta é ampliar esse volume para 1 milhão de litros diários em seis a oito meses, disse o dirigente. "Aí o projeto para a segunda etapa terá que estar pronto para ser executado", explicou.
Para chegar à produção diária planejada de 100 toneladas de queijo e de 55 toneladas de soro em pó (subproduto utilizado como insumo pela indústria de alimentos), ambos também destinados ao mercado doméstico e para exportação, a captação de leite das cooperativas associadas à central terá que avançar para 2,7 milhões de litros por dia.
Conforme a central de cooperativa gaúcha, o novo projeto vai beneficiar cerca de 160 mil famílias de produtores rurais, a maioria de pequeno porte, e gerar 550 empregos.
Ontem, durante a Expointer 2008, feira que acontece em Esteio, na região metropolitana de Porto Alegre, a CCGL encaminhou uma carta-consulta solicitando financiamento de R$ 104 milhões para a nova unidade ao Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), que opera com repasse de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Conforme a assessoria do BRDE, a instituição já havia financiado R$ 70 milhões para a planta de leite em pó de Cruz Alta e ontem anunciou a liberação de outros R$ 18 milhões para a complementação do projeto.
Fundada em 1976, a CCGL chegou a beneficiar cerca de 70% do leite produzido no Rio Grande do Sul, mas em 1996 vendeu os ativos do setor para a Avipal (Eleva), que depois foi adquirida pela Perdigão. Desde então, a central havia se concentrado na operação dos terminais Termasa e Tergrasa, no porto de Rio Grande, que têm capacidade para armazenar 520 mil toneladas de granéis sólidos e líquidos.
Veículo: Valor Econômico