Considerada o maior desafio fitossanitário da citricultura na atualidade, a doença de greening está presente em 16,73% das laranjeiras de São Paulo e Minas Gerais, onde se situa a maior parte da indústria do suco de laranja do Brasil.
Segundo pesquisa divulgada ontem pelo Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), o índice da doença que tem elevado potencial de devastação está praticamente no mesmo patamar nos dois últimos anos (17,89% em 2015 e 16,92% em 2016). "Apesar da estabilização, o índice de plantas doentes é alto", destaca a pesquisa.
Segundo o gerente-geral do Fundecitrus, Juliano Ayres, São Paulo é a única citricultura do mundo com produção em larga escala que vem conseguindo manter sua competitividade mesmo com os efeitos do greening. "São cerca de 32 milhões de árvores doentes (das 191,7 milhões do cinturão). O número absoluto é grande e preocupante. Isso significa que as ações preconizadas pelo Fundecitrus têm sido incorporadas por parte dos citricultores", afirmou ele, em nota. "Mas é preciso aumentar a participação e intensificar o controle porque o alastramento pode inviabilizar o parque", acrescenta ele.
Na Flórida (EUA) estima-se que a doença esteja presente em 90% das laranjeiras. Em função da infestação desenfreada, a produção despencou de 169,7 milhões de caixas de laranja na safra 2006/07 para 68,5 milhões de caixas na safra 2016/17, estima do governo dos EUA.
Diante dos prejuízos e da importância econômica do setor, o presidente do Fundecitrus, Lourival Monaco, reforçou a necessidade de controle, alertando que a doença "não é só um problema fitossanitário", mas sim "ameaça econômica e social".
A citricultura movimenta anualmente US$ 14 bilhões no Brasil.
Fonte: Reuters