Os empresários de Belo Horizonte, de modo geral, estavam confiantes em uma melhora nas vendas do Dia dos Pais neste ano. Entretanto, os resultados do comércio na data comemorativa acabaram se mostrando bastante divididos no município. Enquanto alguns lojistas aproveitaram o “rastro” das promoções para aumentar os ganhos, outros não tiveram a mesma sorte e nem com os preços mais baixos conseguiram atrair os consumidores, que mais uma vez deixaram as compras para as vésperas do evento.
Pesquisa da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), do início de agosto, mostrou que 62,4% dos comerciantes acreditavam em vendas melhores na data na comparação com 2016. A loja de roupas masculinas Sketch do BH Shopping, na região Centro-Sul da Capital, conseguiu concretizar as expectativas. Na semana do Dia dos Pais, o estabelecimento registrou uma alta no comércio de produtos de 10%. Segundo o gerente Itamar Soares, os preços mais competitivos tiveram papel fundamental para o desempenho no período.
“O shopping atraiu os consumidores com a promoção da data e a gente aproveitou o gancho para atrair os clientes com preços interessantes. Tínhamos produtos com até 50% de desconto no caso da compra de uma segunda peça”, explica Soares.
O gerente da Sketch conta que a camisa polo foi o carro-chefe das vendas do Dia dos Pais e, apesar de não ser o produto de maior valor agregado da loja, ajudou a elevar o tíquete médio de R$ 200, em 2016, para R$ 230, neste ano. “Foi (um resultado) surpreendente por tudo o que a gente viveu este ano. Com a situação de denúncias contra o presidente Michel Temer, o cliente assustou um pouco, mas voltou a consumir”, pondera.
Quem também teve razões para comemorar foi a loja de moda masculina Toulon, do Minas Shopping, na região Nordeste. De acordo com o subgerente do estabelecimento, Ueslei Ferreira da Silva, as vendas na data comemorativa em 2017 foram 30% superiores às contabilizadas no ano anterior. A antecipação da coleção, segundo Silva, contribuiu para um mix variado de produtos, que agradou aos clientes.
Na Toulon, as camisas polo e as calças jeans dominaram a preferência dos consumidores que presentearam no Dia dos Pais. O tíquete médio, neste caso, também subiu e fechou em R$ 210, contra R$ 150 do ano passado. A maior parte das compras foi feita às vésperas da comemoração.
Proprietário da rede de revenda de artigos esportivos Arquibancada, Ewerton Starling não teve a mesma sorte. De acordo com o gestor, o balanço total das lojas da empresa, situadas na Capital e Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), apontou queda de 2% no comércio frente a igual período de 2016. “A gente sentiu o consumidor bem tímido para o consumo este ano. Meu departamento financeiro fez análise do fim de semana do Dia dos Pais e chegou à conclusão de que produtos de maior valor agregado foram menos consumidos. Vendi muito mais itens neste ano, mas de custo menor na comparação com o ano passado”, diz.
Campanhas - Starling destaca, no entanto, que dentre as sete lojas da rede, aquelas situadas em shopping centers que investiram em campanhas mais agressivas para o Dia dos Pais acabaram tendo um resultado melhor do que as outras. Os produtos mais vendidos, segundo o proprietário da Arquibancada, foram copos, canecas, chinelos e toalhas de América, Atlético e Cruzeiro e outros da linha casual de uma marca internacional de artigos esportivos, como camisa, meião, calção e bola.
“A gente estava fazendo de tudo para melhorar as vendas neste ano, pois em 2016 já não tinha sido bom. Fizemos compras assertivas e um treinamento com a equipe de vendas. Talvez, se não fosse isso, as vendas poderiam ter caído mais”, avalia.
Com duas unidades em Belo Horizonte e uma em Ribeirão das Neves, a Total Calçados e Acessórios também viu as vendas recuarem 10%, com o tíquete médio praticamente igual ao do ano passado, em torno de R$ 40. As sandálias, sapatênis e chinelos foram os artigos mais procurados pelos consumidores. Para o proprietário da empresa, Rafael Rocha, o Dia dos Pais já não tem atraído tanto a população como antes.
“O comércio, em relação ao ano passado, não está reagindo tanto assim, não, mas a gente esperava vender no Dia dos Pais um pouco mais do que em 2016”, revela.
Fonte: Diário do Comércio de Minas