O Campo Experimental da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), em Machado, no Sul do Estado, passou a contar com uma unidade de Torrefação e Processamento de Café. A unidade, inaugurada em meados de dezembro, é considerada fundamental para estimular a produção na região. Com a nova torrefação, será processada a produção de café da Epamig e também poderão ser firmados contratos com empresas e cafeicultores que quiserem investir no processamento do grão.
De acordo com o gerente do Campo Experimental da Epamig, em Machado, Gilmar José Cereda, na unidade torrefadora serão processados os cafés produzidos em quatro campos da entidade de pesquisa, que estão em Patrocínio, São Sebastião do Paraíso, Três Pontas e Machado, todos no Sul do Estado.
“A Epamig desenvolve pesquisas importantes para a atividade cafeeira, que vão desde o desenvolvimento de novas cultivares, passando pelas sementes, mudas e tratos culturais. Além disso, existem estudos no pós-colheita e com a torrefadora vamos conseguir acompanhar todo o processo de produção de um café de altíssima qualidade”, explicou Cereda.
Além de processar, de forma automatizada, todo o café produzido pela Epamig, a torrefação vai atender também os produtores e empresas da região. A experiência de estender os serviços para terceiros já é feita pela Epamig em outras unidades, com o processamento de uvas e azeitonas, por exemplo, e vem apresentando resultados positivos.
A ideia, com a nova unidade processadora, é incentivar cafeicultores, principalmente de pequeno porte, a investirem no processamento do grão, o que até então não era feito em função dos custos elevados para torrar, moer e embalar o café.
O contato direto com o mercado consumidor também será um estímulo para a melhoria da qualidade do café, pois os consumidores brasileiros estão cada vez mais exigentes e pagando mais pelo grão de alta qualidade.
“É a oportunidade para o cafeicultor processar os grãos, embalar com a marca própria vender o produto para o consumidor final. Além de tornar a marca conhecida, o cafeicultor também vai agregar valor ao café. Observamos que os cafeicultores estão cada dia mais preocupados com a melhoria da qualidade do café e investindo em microlotes de alta qualidade, o que é importante para estimular o consumo e agregar valor”, disse Cereda.
Capacidade - De acordo com as informações da Epamig, a capacidade da Unidade de Torrefação e Processamento de Café de Machado passará de 140 quilos por dia para 600 quilos de pó de café diários. Entre os equipamentos da unidade estão um torrador automático, silo para descanso do café com capacidade de armazenamento de 600 quilos, moinho com capacidade de 200 quilos por hora, empacotadeira para café a vácuo e seladora a vácuo. O sistema antigo de torra da Epamig era considerado obsoleto e, com o sistema atual, que é computadorizado, será possível ter uma torra uniforme e mais ágil.
O café produzido pela empresa estadual é comercializado no Empório Epamig, em Belo Horizonte, e no Empório Epamig Cândido Tostes, em Juiz de Fora, na Zona da Mata. O produto também é fornecido para a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig).
Fonte: Diário do Comércio de Minas