Venda de produtos para depilação cresce 30%

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O Brasil é conhecido nos salões de beleza no exterior pelo seu estilo de depilação, chamado de "Brazilian Bikini Wax", que retira boa parte dos pelos. Apesar da fama, o mercado brasileiro de produtos depilatórios produzidos industrialmente - que considera cremes, ceras, produtos pré e pós-depilação, além das lâminas - não se destaca entre os cinco maiores do mundo, como praticamente todos os outros segmentos do setor de Higiene Pessoal e Cosmético, entre os quais desodorantes, perfumaria e produtos para cabelo. Mas está avançado: em 2007 ocupava a nona posição entre os principais consumidores mundiais, atrás dos Estados Unidos, Japão, Reino Unido, França, Espanha, Alemanha, Canadá e Itália. Em 2008, as vendas de produtos depilatórios subiram 30,2% no País, segundo dados do Euromonitor, para US$ 140 milhões, preços ao consumidor. Tal desempenho fez o País subir para a oitava colocação, já que o crescimento foi mais de três vezes maior que a média mundial, de 8,32%, para US$ 3,78 bilhões.

 

Segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), João Carlos Basilio, o mercado nacional só não é maior porque as brasileiras estão acostumadas a utilizar os serviços de institutos de depilação. "Muitas dessas empresas produzem seus próprios produtos", diz. "No Brasil, o serviço é mais barato (do que em outros países) e o hábito de ir ao salão já está enraizado, mas a sazonalidade das vendas por aqui é quase nula, enquanto em outros mercados há grande variação no verão e no inverno", acrescenta a gerente de marketing da marca Veet, Bruna Fausto. "É um mercado competitivo, agressivo e de difícil penetração, abaixo dos 20%", disse.

 

A Veet, marca de produtos para depilação da Reckitt Benckiser, detém cerca de 22% do mercado e aposta no segmento de cremes depilatórios, de maior valor agregado. De acordo com Bruna, cerca de 75% do mercado é de ceras e os 25% restantes de produtos químicos, no qual a Veet é líder. "Falta conhecimento sobre o benefício de cada método, que no caso dos cremes é a hidratação", diz. Para fortalecer a marca, a Reckitt tem ampliado ano a ano os gastos na Veet. "Já somos a maior investidora e para 2009 houve um crescimento de 15%", diz, sem fornecer valores. Em 2008, a empresa informa ter registrado alta de 24% nas vendas em volume e 25% em receita.

 

Já a marca Neorly, da Mariah Produtos de Beleza, aposta na alta das vendas para os salões de beleza e se esforça para demonstrar os benefício dos produtos, mas também avalia a oportunidade de crescer no varejo. "Há muito a desenvolver no Brasil, um exemplo disso é o Nordeste, que tem como método mais utilizado a lamina. Temos aí uma grande possibilidade de mercado", disse o diretor comercial da Mariah, Marco Carossa. As vendas da Neorly, que possui aproximadamente 5% do mercado, cresceram 13% no ano passado e já respondem por 40% do faturamento da Mariah, fabricante de xampus, desodorantes e hidratantes.

 

A Neorly segue os passos da Depiroll, líder de mercado com 50% de participação, segundo informou a empresa citando dados da Nielsen. A marca, pertencente à Química Geral do Nordeste (QGN), atua tanto no varejo, com produtos para uso doméstico, como no segmento profissional. "A mulher brasileira se depila em salão para realizar a depilação em algumas áreas do corpo mais específicas. Entretanto, o ato de se depilar passou a fazer parte da higiene da mulher", diz a gerente da marca Depiroll, Cristina Pontes.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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