Preços considerados pouco atrativos estão travando a comercialização da safra de café deste ano no Brasil, com as vendas antecipadas da colheita que começa nos próximos meses praticamente no zero.
Com a perspectiva de uma safra recorde no Brasil, maior produtor e exportador global, os preços internos estão cerca de 15% mais baixos na comparação com o mesmo período do ano passado, retraindo o interesse de venda pelos produtores, que estão capitalizados, segundo integrantes do mercado.
A comercialização da safra futura, que já poderia superar os 20%, como em outros anos, ainda patina, disseram os produtores, que deverão continuar negociando nos picos de preço pelo menos até a entrada da colheita, conforme especialistas. “Tem de ser pelo menos R$ 500, porque a mão de obra encareceu. O adubo e a gasolina também subiram de preço”, disse José Antonio Vilela, que colhe cerca de 600 sacas de 60 kg por ciclo em Alpinópolis (MG), referindo-se ao valor que o levaria a fechar novos negócios.
Ele lembrou que o preço da saca está, atualmente, em torno de R$ 420 a R$ 430, bem abaixo dos mais de R$ 500 que recebia há um ano.
O monitoramento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, confirma um recuo de 15% no valor da saca de arábica entre fevereiro de 2017 e de 2018, repercutindo o potencial para uma grande safra em 2018, dada a bienalidade positiva e o clima. /Reuters
Fonte: DCI São Paulo