Casas Bahia chegam à Bahia após 52 anos

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Abertura de quatro lojas em Salvador marca a entrada da rede no Nordeste

 

Foram precisos 52 anos para que as Casas Bahia, a maior varejista de móveis e eletrodomésticos do País, chegassem efetivamente à Bahia - e à região Nordeste. A rede abre hoje, em Salvador, suas primeiras quatro lojas no Estado, com planos de chegar a 20 até o fim do ano. "Lamentamos ter demorado tanto para chegar", diz o diretor executivo da rede, Michael Klein. "Nosso maior problema (para iniciar as operações no Nordeste) era de logística. Precisávamos de depósitos, de centros de distribuição, de meios para entregar as mercadorias. Mais de 50% do que vendemos é entregue na casa dos clientes. Tivemos de comprar pequenos caminhões para transitar nas ladeiras e nas ruas estreitas de Salvador, por exemplo."

 

As Casas Bahia foram batizadas assim pelo seu fundador, Samuel Klein, pai de Michael, como uma referência aos seus primeiros clientes: migrantes nordestinos que buscavam emprego no ABC paulista. Hoje, é uma gigante com faturamento de R$ 13,9 bilhões em 2008. A expansão para o Nordeste ocorre depois de a rede praticamente ter esgotado suas opções nos dez Estados nos quais opera (SP, RJ, MG, ES, RS, SC, PR, GO, MT, MS), além do Distrito Federal, e de lançar suas operações pela internet, em fevereiro. "Estamos presentes em todos os municípios com mais de 100 mil habitantes nessas áreas", diz Klein. "Nessa situação, seria natural expandir as operações para o Nordeste."

 

Os investimentos previstos para a expansão, este ano, são de R$ 23 milhões. "Tudo é fruto do lucro de nossas operações no ano passado (cerca de R$ 135 milhões)", afirma o executivo. O grupo contou também com uma ajuda do governo baiano, que disponibilizou um terreno de 100 mil metros quadrados, em Camaçari, região metropolitana de Salvador, para a construção do centro de distribuição das Casas Bahia. Em troca, exigiu que fosse empregada mão de obra local nas operações.

 

As 20 lojas previstas para este ano devem ser abertas em Salvador e nas cidades do entorno. No ano que vem, o número deve ser ampliado para "entre 30 e 35", segundo Klein, ainda na mesma região. Depois, o plano é avançar por todas as cidades do Estado com mais de 80 mil habitantes. E, a partir daí, começa a nova fase de expansão, para Pernambuco. "Em dois anos, dois anos e meio, estaremos em Recife."

 

CONCORRÊNCIA

 

As Casas Bahia vão enfrentar, na Bahia, a concorrência de redes com as quais já vem brigando no resto do País. Mas Michael Klein já sabe que, mesmo assim, essa deve ser uma disputa diferente. "Contratamos uma pesquisa que revelou que as três principais preocupações dos consumidores na Bahia estão relacionadas com preço baixo", afirma.

 

E é nesse fator que confiam os principais concorrentes para fazer frente à rede. "Basta ver nossos anúncios e os deles para comparar", diz um executivo da mineira Ricardo Eletro, com operações há quatro anos na Bahia, que prefere não se identificar. "Nossa política é atuar agressivamente nos preços, um perfil que tem mais relação com o consumidor médio da Bahia."

 

Klein admite que o foco das Casas Bahia ainda está muito atrelado ao crediário, mas acredita que também pode conseguir concorrer em preço. "As Casas Bahia nasceram do crediário, ficaram famosas com o carnezinho", lembra. "Mas também temos mais condição de compra que os concorrentes. Por isso, vamos conseguir fazer frente em preço."

 

Mais acostumada com o mercado local, a rede baiana Insinuante, líder tanto no mercado Norte/Nordeste quanto na Bahia, onde tem entre 50% e 55% de participação estimada nas vendas de móveis e eletrodomésticos, chega a desdenhar a chegada da nova concorrente. "Não temos problema com a chegada de mais redes, estamos acostumados", diz o diretor comercial da empresa, Rodolfo França. Segundo ele, nos últimos cinco anos, quando grandes concorrentes (Ricardo Eletro, Ponto Frio e Fast Shop) chegaram à região, o faturamento da rede dobrou, "de R$ 1 bilhão para R$ 2 bilhões anuais".

 

Veículo: O Estado de S.Paulo


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