Responsável por 14% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado de São Paulo e por cerca de 530 mil empregos diretos, o setor do agronegócio ganhou evento inédito que debaterá, neste fim de semana, soluções inovadoras e tecnológicas para melhorar a qualidade e a competitividade da agricultura local.
O AgriFutura reunirá amanhã e domingo, no Instituto Biológico, na capital paulista, 35 especialistas, grandes empresas - entra as quais John Deere e Bayer - e 25 startups que atuam no agronegócio. O objetivo é apresentar ações práticas e equipamentos da chamada internet das coisas principalmente para pequenos produtores, para ampliar a inovação no campo.
São esperados cerca de 2 mil participantes. A entrada é gratuita. "O objetivo é difundir a aplicação de novas tecnologias para reduzir a desigualdade entre pequenos e grandes produtores", diz o secretário da Agricultura e Abastecimento de São Paulo, Arnaldo Jardim, idealizador do AgriFutura.
Segundo ele, 80% dos produtores do Estado são de pequeno porte. Jardim informa que também estarão presentes agentes que podem facilitar o investimento em inovações tecnológicas como Banco do Brasil, BNDES, Desenvolve SP, Fapesp, Inseeds e SP Ventures.
Entre os produtos a serem apresentados está a estação meteorológica de pequeno porte que pode ser instalada em qualquer propriedade rural.
De acordo com José Damico, presidente da startup SciCrop, desenvolvedora do equipamento, em razão da variedade climática e dos constantes erros de previsão, a medição precisa ser local, o que garante maior acerto nos dados.
"Grandes perdas na agricultura ocorrem em razão do clima, mas se o produtor sabe quando vai chover ou ventar em sua área pode planejar melhor o plantio, a colheita e a pulverização", afirma Damico. Com dados obtidos nas estações, a SciCrop envia diariamente um informe ao agricultor com previsão do tempo para o dia e para a semana.
"Quem tem monitoramento climático local consegue diminuir em 30% as perdas", afirma Damico, com base em resultados dos 80 clientes da empresa.
A SciCrop também apresentará um microtransmissor que opera satélite para ser usado em locais sem acesso à internet. O equipamento é da americana Global Star, da qual a empresa brasileira é representante.
Ressonância
Outra novidade a ser apresentada é o SpecFIT, mini aparelho de ressonância magnética capaz de analisar teor de óleo e de açúcar em grãos e frutas. No caso da laranja, por exemplo, o equipamento mostra a quantidade de suco extraível, o teor de açúcar e calcula seu rendimento.
"A fruta com mais suco e mais doce é mais valorizada na venda", informa Silvia Paulo de Azevedo, sócia da Fit Instruments, de São Carlos (SP). O produtor também consegue avaliar o melhor momento da colheita, quando a fruta está "no ".
O assessor da Secretaria de Agricultura, Carlos Henrique Paes de Barros, ressalta que o AgriFutura também terá palestras e um desafio a grupos de participantes para criarem, durante o evento, uma solução tecnológica para problemas apresentados pelos agricultores.
"Os trabalhos serão julgados por uma equipe técnica e quem vencer terá o produto patenteado e poderá buscar investidores ou criar uma startup para desenvolvê-lo." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Estadão Conteúdo