Empresas e produtores especializados em chocolate esperam ansiosamente pela Páscoa. Mesmo que a crise faça com que o tíquete médio caia e os tamanhos dos ovos fiquem menores, quem vende barras, fitas, embalagens e outros insumos se mantém esperançoso.
De acordo com a diretora de marketing da rede de supermercado e atacado Decisão Atacarejo, Valéria Bax, a expectativa para esta Páscoa é de aumento na venda de insumos para a fabricação de ovos de Páscoa artesanais e na de ovos industrializados pequenos e médios, entre 150 gramas e 300 gramas. O volume de vendas de insumos - especialmente as barras acima de um quilo -, em 2017 ultrapassou em 50% o volume de 2016, enquanto os bombons e tabletes cresceram 20%. Para 2018, a rede espera aumento de 30% nos produtos de Páscoa, na comparação com o ano passado.
As aulas de culinária são outro forte da Decisão. Os cursos mais curtos - com quatro horas, em média -, são os mais procurados e abriram praticamente o dobro de vagas em relação ao ano passado.
“A venda de industrializados acontece mais próximo da data. A tendência é de que seja mais lenta que o ano passado. As próprias indústrias estão apostando menos que ano passado. Em compensação, está crescendo a venda de barras para os fabricantes de artesanais. Como trabalhamos com o público transformador, percebemos que este já é um caminho que vinha acontecendo e se acentuou este ano pela crise e o desemprego”, analisa Valéria Bax.
Na gerência de quatro lojas da Rei do Chocolate, na região Centro-Sul, Fernando Luiz ainda não viu o movimento esperado para a véspera da Páscoa acontecer e o quadro de funcionários das lojas permanece inalterado. Apesar disso, a expectativa é de que as vendas ultrapassem os resultados do ano passado.
“Os preços são, praticamente, os mesmos do ano passado, mas, mesmo assim, as vendas ainda não aumentaram. Ainda esperamos que sejam maiores que em 2017. Por enquanto vendemos mais barras de chocolate e formas do que produtos industrializados. Essa é a nossa principal data junto com o Carnaval”, afirma Luiz.
Na Minas Chocolate - tradicional ponto de venda de produtos típicos para a época de Páscoa, instalada no Mercado Central - o cenário é pouco animador. Segundo a subgerente, Cristina Rodrigues, o próprio perfil de negócios da empresa está mudando.
“Cada ano que passa fica mais difícil, com a concorrência dos atacadistas cada vez mais forte. Há 10 anos, só de uma determinada marca comprávamos mil caixas de chocolate. Este ano, não passaremos de cinco. Hoje, o chocolate é só um produto para atrair clientes para outras compras”, lamenta Cristina Rodrigues.
Fonte: Diário do Comércio de Minas